BM aplica vacina contra covid-19 nesta sexta-feiraReprodução
A agência americana responsável pelo setor de alimentos e remédios (FDA, na sigla em inglês) disse que a autorização de uso emergencial concedida aos laboratórios Pfizer e Moderna ajuda a "oferecer uma proteção contínua contra a covid-19, inclusive contra as consequências graves que podem ocorrer, como hospitalização, ou morte".
A FDA disse que baseou sua decisão em dados sólidos de resposta imunológica de centenas de pessoas que receberam as duas vacinas. Pouco antes, as duas empresas farmacêuticas anunciaram que haviam obtido a aprovação da agência.
"Esta autorização de uso de emergência chega em um momento crítico, à medida que entramos nos meses de inverno (verão no Brasil) e enfrentamos um número crescente de casos de covid-19 e de hospitalizações em todo país", declarou o diretor-executivo da Moderna, Stephane Bancel.
Mudança de estratégia
Este anúncio ocorre em um momento em que o número de infecções volta a subir nos Estados Unidos, com uma média diária de 85 mil novos casos e mil mortes por covid-19. No final de outubro, a média estava em cerca de 70 mil casos por dia.
Alguns estados, como a Califórnia (oeste), já haviam começado a permitir doses de reforço para todos os adultos, antes mesmo das recomendações das agências sanitárias, na esperança de conter a propagação da epidemia antes da temporada de férias.
A Pfizer também conduziu um ensaio clínico envolvendo 10 mil pessoas com mais de 16 anos, que concluiu que o reforço foi eficaz contra infecções sintomáticas em mais de 95% dos casos em comparação com aqueles que não receberam reforço.
A FDA não citou este estudo ao tomar sua decisão, mas pode indicar que a vacina da Pfizer funciona melhor como uma aplicação antiviral de três doses, ou que o intervalo de três semanas entre a primeira e a segunda dose nunca foi longo o suficiente para induzir a melhor resposta imunológica. A vacina da Pfizer é dosada em 30 microgramas, o mesmo que a série de imunização primária, enquanto a da Moderna é de 50 microgramas, metade da série inicial.
Preocupações
A grande maioria das pessoas que ficam internadas ou morrem de coronavírus não são vacinadas e, portanto, a melhor forma de controlar a onda de inverno seria chegar até essas pessoas, ao invés de reforçar os já vacinados, argumentar os críticos da nova campanha.
Uma desvantagem potencial, eles argumentam, é que aqueles que resistem às vacinas podem concluir que as injeções são ineficazes. Outro risco é o aumento do número de casos de inflamação do coração relacionada à vacina (miocardite), especialmente entre homens mais jovens.
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