Um profissional de saúde realiza teste de covid em uma passageira no aeroporto de JoanesburgoAFP
Israel, onde foi confirmado um caso de um viajante procedente do Malawi, decidiu proibir a partir deste domingo a entrada de estrangeiros no país, assim como obrigar seus cidadãos vacinados que voltaram de viagem a realizar um teste PCR e a fazer uma quarentena de três dias (sete no caso dos não vacinados).
Essa decisão chega a menos de um mês da reabertura das fronteiras do país (em 1º de novembro) e a oito dias da jesta judaica do Hanukkah.
Na Dinamarca, as autoridades de saúde anunciaram neste domingo dois casos de infectados com a nova cepa em passageiros procedentes da África do Sul. Na Austrália, as autoridades anunciaram hoje a detecção da cepa omicron em dois passageiros vacinados que voltavam do sul da África e chegaram a Sydney no mesmo dia do fechamento das fronteiras deste país com nove países do sul do continente africano. Doze passageiros do mesmo voo estão em quarentena.
A Austrália levantou recentemente a proibição de seus cidadãos vacinados para viajar ao exterior sem autorização. A variante omicron também foi detectada em Botsuana, Hong Kong e vários países europeus (Bélgica, Reino Unido, Alemanha, Itália e República Tcheca).
Novas restrições
Um grupo de especialistas da OMS afirma que, com os dados preliminares, a omicron apresenta "um risco alto de reinfecção", maior que o de variantes como a delta. Nenhuma outra variante gerou tanta preocupação no mundo desde a delta.
A Europa já enfrentava um aumento de casos muito antes do surgimento da omicron, o que a levou a restabelecer restrições sanitárias, provocando manifestações violentas no último fim de semana na Holanda e nas Antilhas francesas.
Na Áustria, dezenas de milhares de pessoas se manifestaram neste fim de semana contra a obrigação de se vacinarem. Os suíços votaram neste domingo a lei que permite instaurar o passaporte de covid no país, em plena quinta onda da pandemia e após uma tensa campanha eleitoral.
Novas restrições entrarão em vigor na terça-feira no Reino Unido, como o retorno do uso de máscaras e o endurecimento do acesso ao país.
Outros países estão anunciando a suspensão de voos de países do sul da África onde a variante está presente, como África do Sul, Moçambique, Essuatíni (ou Sualizândia), Angola, Zâmbia, Malawi, Lesoto, Zimbábue, Namíbia e Botsuana.
Angola, na lista vermelha do Reino Unido, se tornou neste domingo o primeiro país do sul da África a suspender seus voos na região. Filipinas, por sua vez, anunciou o cancelamento de voos de áreas onde a variante tenha sido detectada.
A Arábia Saudita estendeu a lista de países com os quais suspende voos para 14. Kuwait e Catar (importante centro de conexão aérea) também anunciaram restrições com nove e cinco países africanos, respectivamente.
Uma médica sul-africana, que atendeu quase trinta pacientes com covid-19 infectados pela nova variante omicron, afirma que eles apresentam apenas "sintomas leves" e que por enquanto estão passando seu período de recuperação sem necessidade de hospitalização.
"Transparência"
No sábado, Washington elogiou a África do Sul pela "transparência ao compartilhar essas informações" depois que o país se sentiu "castigado" por ter anunciado a detecção da "omicron". Uma alusão nada velada dos EUA à gestão inicial da pandemia feita pela China.
]Os fabricantes de vacinas AstraZeneca, Pfizer/BioNTech, Moderna e Novavax se mostraram confiantes em sua capacidade de combater essa nova cepa.
A nova variante gerou preocupação quanto à recuperação econômica mundial. Sexta-feira foi um dia sombrio para os índices de ações na Bolsa e o preço do petróleo.
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