Cazaquistão foi abalado pela intensificação dos protestosAFP

O presidente do Casaquistão, Kassym-Jomart Tokayev, afirmou nesta sexta-feira, 7, que deu ordem à polícia e ao Exército para atirar sem aviso, enquanto as forças de segurança do país vasculhavam as ruas de Almaty e outras cidades em busca de manifestantes, após dias de agitação provocada por um aumento no preço dos combustíveis.
Tokayev disse que o governo restaurou em grande parte a ordem e acrescentou que o que ele chamou de operação de contraterrorismo continuaria "até a liquidação total dos militantes", que ele alegou ainda estarem usando armas.
"As agências de aplicação da lei e o Exército receberam uma ordem minha para atirar em terroristas para matar sem aviso", acrescentou, após a chegada de tropas russas para apoiá-lo.
Os líderes autoritários das ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central costumam usar o termo "terrorista" para descrever dissidentes ou manifestantes. Os protestos desta semana foram desencadeados pelos aumentos nos preços dos combustíveis, que entraram em vigor no início do ano e se transformaram em uma onda mais ampla de frustração sobre a economia do país e o sistema político.

Autoridades cazaques dizem que grupos armados tentaram confiscar prédios do governo. Dezenas de pessoas foram mortas, de acordo com as autoridades, incluindo policiais.

A desordem mais significativa parece ter ocorrido em Almaty, a maior cidade, onde os moradores relataram ter ouvido tiros na sexta-feira e visto lojas que haviam sido saqueadas e suas janelas quebradas.