Em Hong Kong, já foram identificados 6.315 casos de covid-19 e 109 mortes Reprodução

O aeroporto de Hong Kong vai proibir, a partir de domingo, 16, as escalas de passageiros de mais de 150 países para impedir a entrada do coronavírus neste centro internacional de negócios, anunciou nesta sexta-feira ,14.
A suspensão ficará um mês em vigor e afetará todos os países classificados como de "alto risco" pelas autoridades desta cidade. Em sintonia com Pequim, o governo local vem aplicando uma estratégia muito cautelosa contra a pandemia da covid-19.
Desde 8 de janeiro, Hong Kong já proibia a entrada em seu território de qualquer passageiro que tenha permanecido por mais de duas horas, nos últimos 21 dias, nestes oito países: Austrália, Canadá, Estados Unidos, França, Índia, Paquistão, Filipinas e Reino Unido.
Agora, o trânsito pelo aeroporto de Hong Kong será impossível para pessoas de todos os outros países considerados de "alto risco".
Os passageiros poderão, no entanto, ingressar no território desde que estejam vacinados e passem por uma quarentena de 21 dias em um hotel. Essa decisão é mais um revés para a companhia aérea Cathay Pacific, com sede em Hong Kong, que já reduziu drasticamente seus voos desde o início da crise sanitária mundial.
Muitas outras empresas também restringiram seus voos para esta cidade, em razão das longas quarentenas impostas a passageiros e a tripulantes.
A proibição pode ter um impacto nos preparativos para os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, pois muitas delegações esportivas planejavam fazer escala em Hong Kong para viajar para a capital chinesa. Os Jogos acontecem de 4 a 20 de fevereiro.
Citando fontes anônimas, a agência de notícias Bloomberg havia informado, esta semana, que a proibição de trânsito neste aeroporto não se aplicaria a atletas, diplomatas e demais integrantes das delegações oficiais dos Jogos Olímpicos.
A declaração divulgada nesta sexta pelas autoridades aeroportuárias não menciona, porém, qualquer exceção. Procurado pela AFP, um porta-voz do aeroporto não quis esclarecer o assunto.
Assim como a China continental, Hong Kong é um dos últimos lugares do mundo a aderir à estratégia de "covid zero". Ela consiste em impedir, a todo custo, a propagação do coronavírus no território, seguindo uma política draconiana de isolamento dos doentes e de seus contatos.
Essa estratégia permitiu que a cidade de 7,5 milhões de habitantes registrasse pouco mais de 12 mil casos e apenas 213 mortes desde o início da pandemia, mas a um alto preço do isolamento internacional desse grande centro financeiro global.