Presidente da China, Xi Jinping AFP/POOL/Lintao Zhang

Pequim - A China negou nesta quarta-feira (22) qualquer paralelo entre a crise na Ucrânia e suas reivindicações territoriais sobre Taiwan, depois que a presidente da ilha afirmou que a decisão da Rússia de reconhecer os separatistas está sendo usada para prejudicar a moral dos taiwaneses.
As autoridades de Taiwan acompanham atentamente o conflito entre Rússia e Ucrânia, já que a China reivindica uma soberania sobre esta ilha e prometeu que algum dia vai retomar este território, usando a força se necessário.

A presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, condenou a Rússia pelo seu apoio às regiões controladas pelos separatistas na Ucrânia e disse que "as forças externas" estão tentando manipular a situação na Ucrânia para "afetar a moral da sociedade".

A China, por sua vez, indicou que qualquer comparação "carece da menor compreensão sobre o que é a história da questão de Taiwan".

"Taiwan obviamente não é a Ucrâna", afirmou a porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Hua Chunying, em coletiva de imprensa.

"Taiwan sempre foi uma parte inalienável do território chinês. Este é um fato irrefutável do ponto de vista legal e histórico", disse a alta funcionária, que chamou as autoridades taiwanesas de "imprudentes" por "transformar a questão da Ucrânia em um tema candente".

A presidente de Taiwan disse durante o dia que "condena a violação por parte da Rússia da soberania da Ucrânia".

A China aumentou a pressão militar, diplomática e econômica sobre Taiwan desde que Tsai Ing-wen chegou ao poder, em 2016, por sua rejeição à posição da China de que a ilha faz parte de seu território.

No último trimestre de 2021, registrou-se um aumento significativo nas incursões de caças chineses na zona de identificação de defesa aérea de Taiwan.

No ano passado, 969 aviões de guerra chineses penetraram nesta área, mais do que o dobro dos 380 caças que entraram em 2020, segundo um banco de dados compilado pela AFP.

A China tem sido cautelosa a respeito da crise na Ucrânia, mas vem demonstrando um crescente apoio ao presidente russo Vladimir Putin. Ambos os países assinaram uma declaração sobre vários objetivos de política externa, incluindo um freio na expansão da Otan e que Taiwan seja declarado "uma parte inalienável da China".