Presidente ucraniano, Volodymyr ZelenskyAFP

Kiev - O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, afirmou nesta sexta-feira (25) que está em Kiev "defendendo" seu país ante o avanço das tropas russas, em um vídeo em que aparece junto de colaboradores em frente ao palácio presidencial.

"Estamos todos aqui, nossos militares estão aqui, os cidadãos, a sociedade, estamos todos aqui, defendendo nossa independência, nosso Estado", proclamou Zelensky, acompanhado, entre outros, de seu primeiro-ministro, seu chefe de gabinete e um assessor próximo.
ONU estima que mais de 50.000 ucranianos fugiram do país
Mais de 50.000 ucranianos fugiram de seu país desde o início da invasão russa, na quinta-feira (24), informou o alto comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, Filippo Grandi, nesta sexta (25).

"Mais de 50.000 refugiados ucranianos fugiram de seu país em menos de 48 horas, a maioria em direção a Polônia e Moldávia. E muitos outros se dirigem para as fronteiras", tuitou Grandi, que na véspera informou que o conflito já tinha deixado cerca de 100.000 deslocados internos na Ucrânia por causa do conflito.

Grandi também agradeceu "calorosamente aos governos e cidadãos dos países que deixam suas fronteiras abertas e acolhem os refugiados". Os ucranianos também fogem para Hungria e Romênia.

Em outro tuíte, ele agradeceu particularmente à presidente moldava, Maïa Sandu, por "ter permitido às pessoas que fogem da Ucrânia atravessar com toda a segurança a fronteira com a Moldávia" e assegurou-lhe que a Acnur "fará tudo o possível para ajudar a mobilizar a ajuda internacional enquanto os recebe e acolhe".

A Rússia iniciou uma invasão da Ucrânia na madrugada de quinta-feira, com bombardeios em todo o país, inclusive na capital, Kiev.

Nesta sexta, a cidade era palco de intensos combates entre as forças invasoras russas e o exército ucraniano, ao qual Vladimir Putin chamou a tomar o poder. 
Entenda o conflito

O conflito na Ucrânia pela Rússia teve início nesta quinta-feira, 24, após o presidente russo Vladimir Putin autorizar a entrada de tropas militares no país do leste europeu. A invasão culminou em ataques por ar, mar e terra, com diversas cidades bombardeadas, inclusive a capital Kiev, que já deixou mais de 130 mortos e mais de 300 feridos. Essa é a maior operação militar dentro de um país europeu desde a Segunda Guerra Mundial.

A ofensiva provocou clamor internacional, com reuniões de emergência previstas em vários países, e pronunciamentos de diversos líderes espalhados pelo mundo condenando o ataque russo à Ucrânia. Em razão da invasão, países como Estados Unidos, Reino Unido e o bloco da União Europeia anunciaram sanções econômicas contra a Rússia.

A invasão ocorreu dois dias após o governo russo reconhecer a independência de dois territórios separatistas no leste da Ucrânia - as províncias de Donetsk e Luhansk. Com os ataques, Putin pretende alcançar uma desmilitarização e a eliminação dos "nazistas", segundo o presidente russo.

Outros motivos de Putin pela invasão na Ucrânia se dão pela aproximação do país com o Ocidente, com a possibilidade do país do leste europeu fazer parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar internacional, e da União Europeia, além da ambição de expandir o território russo para aumentar o poder de influência na região.