Conflito entre Rússia e Ucrânia se iniciou na última quinta-feira, 24AFP

A Corte Internacional de Justiça afirmou nesta terça-feira, 1°, que realizará audiências nos dias 7 e 8 de março em um caso apresentado pela Ucrânia, que acusa a Rússia de planejar genocídio.

A juíza presidente do Tribunal, Joan Donoghue, chamou a atenção da Rússia "para a necessidade de agir de forma que qualquer decisão do Tribunal possa ter os efeitos desejados", especificou A CIJ, principal órgão judicial das Nações Unidas, com sede em Haia.

Em seu processo, o governo ucraniano acusa a Rússia de planejar atos de genocídio em seu país e matar intencionalmente cidadãos ucranianos.

O processo da Ucrânia foi aberto no sábado perante a CIJ, criada em 1946 para resolver disputas entre Estados. Suas sentenças são obrigatórias e inapeláveis, mas o Tribunal não tem como executá-las.

A Ucrânia pede à CIJ que intervenha para impor medidas cautelares, com urgência, antes que o Tribunal aborde o mérito da questão.

A juíza presidente enviou uma "comunicação urgente" ao ministro das Relações Exteriores da Rússia na terça-feira, "com uma cópia ao governo da Ucrânia", especificou o tribunal.
Entenda o conflito

O conflito na Ucrânia pela Rússia teve início nesta quinta-feira, 24, após o presidente russo Vladimir Putin autorizar a entrada de tropas militares no país do leste europeu. A invasão culminou em ataques por ar, mar e terra, com diversas cidades bombardeadas, inclusive a capital Kiev, que já deixou mais de 130 mortos e mais de 300 feridos. Essa é a maior operação militar dentro de um país europeu desde a Segunda Guerra Mundial.

A ofensiva provocou clamor internacional, com reuniões de emergência previstas em vários países, e pronunciamentos de diversos líderes espalhados pelo mundo condenando o ataque russo à Ucrânia. Em razão da invasão, países como Estados Unidos, Reino Unido e o bloco da União Europeia anunciaram sanções econômicas contra a Rússia.

A invasão ocorreu dois dias após o governo russo reconhecer a independência de dois territórios separatistas no leste da Ucrânia - as províncias de Donetsk e Luhansk. Com os ataques, Putin pretende alcançar uma desmilitarizaração e a eliminação dos "nazistas" , segundo o presidente russo.

Outros motivos de Putin pela invasão na Ucrânia se dão pela aproximação do país com o Ocidente, com a possibilidade do país do leste europeu fazer parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan),
aliança militar internacional, e da União Europeia, além da ambição de expandir o território russo para aumentar o poder de influência na região.