Presidente da Rússia, Vladimir PutinMIKHAIL KLIMENTYEV / SPUTNIK / AFP

Moscou - O presidente da Rússia Vladimir Putin disse nesta quarta-feira, 16, que o país está pronto para discutir o status de neutralidade da Ucrânia em conversas que têm como objetivo acabar com as hostilidades no país que as forças russas invadiram. No entanto, Putin também disse que o governo russo vai atingir seus objetivos na operação militar, que está acontecendo “de acordo com o plano”.
Putin ainda afirmou que o Ocidente, na prática, colocou a Rússia em estado de calote com as sanções impostas pela invasão. O conflito, segundo Putin, foi só um pretexto para que os países ocidentais impusessem sanções. “O Oeste nem mesmo se preocupa em esconder o fato que sua meta é prejudicar toda a economia russa, todos os russos”, afirmou ele.
Já o governo ucraniano pediu "garantias em termos de segurança" nas negociações com a Rússia e rejeitou a ideia de adotar uma "neutralidade" que tenha como modelo a Suécia ou a Áustria. "A Ucrânia está em uma guerra direta com a Rússia. Portanto, o modelo só pode ser 'ucraniano' e apenas com base em garantias sólidas em termos de segurança", afirmou o negociador Mikhailo Podolyak, em comentários publicados pelo gabinete do presidente Volodymyr Zelensky.
'Sucesso'
Putin também garantiu nesta quarta-feira que a invasão russa da Ucrânia foi "um sucesso", enquanto Zelensky lançou um novo forte apelo por ajuda, em plenas negociações sobre uma possível neutralidade ucraniana.
"A operação transcorre com sucesso, em estrita conformidade com os planos preestabelecidos", declarou Putin, segundo comentários transmitidos pela televisão, assegurando, mais uma vez, que não tem a intenção de "ocupar" a Ucrânia.

O presidente considerou, no entanto, que as sanções e condenações ocidentais que atingem o governo russo, sua economia e sua cultura são comparáveis às perseguições contra os judeus e que os países ocidentais estão agindo de "maneira odiosa". "Paralelos são traçados com pogroms antissemitas", disse ele.

Putin prometeu ajuda financeira a indivíduos e empresas para enfrentar as medidas punitivas e garantiu que a "guerra relâmpago" econômica contra seu país "fracassou".

Mais uma vez, o presidente considerou que não tinha opções contra a Ucrânia. "Nós simplesmente não tínhamos opções para resolver o problema pacificamente", disse ele, enfatizando que tinha "razões para acreditar" que "componentes de armas biológicas" estavam sendo desenvolvidos em território ucraniano.
*Com informações da AFP