Pessoas reagem ao se reunirem perto de uma vala comum na cidade de Bucha, a noroeste da capital ucraniana Kiev, neste domingo, 3 SERGEI SUPINSKY / AFP

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, viajou nesta sexta-feira, 8, para Bucha, cidade ao noroeste de Kiev onde foram encontrados dezenas de corpos após a saída das tropas russas que invadiram a Ucrânia.
Von der Leyen, acompanhada pelo chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, e o primeiro-ministro ucraniano, Edouard Heger, visitaram as valas comuns cavadas para enterrar os muitos civis mortos na cidade, segundo jornalistas da AFP.
Os investigadores ucranianos começaram, nesta sexta, a exumar os corpos de uma dessas valas, uma extensa trincheira atrás de uma igreja, como um primeiro passo para determinar se foram vítimas de crimes de guerra, como afirmam as autoridades de Kiev e as potenciais ocidentais.
Uma equipe da AFP contabilizou no sábado passado, dois dias após a partida das tropas russas que ocuparam Bucha durante semanas, os corpos de 20 homens com roupas civis, um deles com as mãos amarradas nas costas.
Bombardeio
Nesta sexta, um ataque aéreo contra uma estação de trem em Kramatorsk, cidade no leste da Ucrânia, deixou 39 civis mortes e outros 100 feridos. Kramatorsk é a capital do Donbass, ainda sob controle ucraniano.
Em frente à estação foram vistos vários carros carbonizados e os restos de um míssil, bem como malas abandonadas, estilhaços de vidro e escombros. O interior da estação estava coberto de sangue, que se espalhava pela rua, devido ao movimento dos corpos.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, classificou o ataque desta sexta como um ato de "maldade sem limites" por parte da Rússia.
Já o diretor da empresa ferroviária ucraniana Ukrzaliznytsia, Oleksander Kamyshin, afirmou que o caso se trata de "um ataque deliberado".

O Ministério da Defesa negou a autoria do ataque, que classificou como uma ação orquestrada por Kiev. "O objetivo deste ataque orquestrado pelo regime de Kiev contra a estação de trem de Kramatorsk era impedir que a população civil deixasse a cidade para poder usá-la como escudo humano", afirmou o órgão em nota