Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, espera que a Ucrânia ganhe estatuto de candidato à UE em 'algumas semanas'AFP

Kiev, Ucrânia - O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky disse nesta segunda-feira (18) que espera obter para seu país "em algumas semanas" o estatuto de candidato a aderir à União Europeia (UE), e agradeceu a Bruxelas pela rapidez do processo.
Em uma reunião em Kiev, Zelensky entregou ao embaixador da UE na Ucrânia, Matti Maasikas, dois volumosos arquivos com o pedido de adesão da Ucrânia ao bloco.
"Nosso povo, em seu íntimo, em sua alma, já está mentalmente na Europa há tempos. Apesar de tudo, cada país deve cumprir esse procedimento", afirmou.
"É uma honra receber" de Zelensky as respostas ao questionário da Comissão Europeia, anunciou Maasikas no Twitter.
O questionário foi entregue a Zelensky pela presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, há cerca de dez dias.
"Uma nova etapa da Ucrânia a caminho da UE", destacou Maasikas. "Tempos extraordinários requerem medidas extraordinárias e uma velocidade extraordinária", acrescentou.
Geralmente, a obtenção do estatuto de candidato à UE "leva anos", mas Bruxelas "nos deu uma real oportunidade de concluir o procedimento em semanas ou meses", disse Zelensky.
Segundo Zelensky, "o povo da Ucrânia está unido neste objetivo: sentir-se em termos de igualdade com a Europa, fazer parte da União Europeia".
A integração à UE é um processo de longo prazo para aproximar a legislação do país da legislação europeia.
O procedimento requer negociações complexas sobre muitos temas e critérios difíceis de serem cumpridos por um país em guerra, como estabilidade política e uma economia de mercado viável.
Também é necessário a concordância unânime dos 27 membros da UE, países divididos sobre o tema.
Oito países como República Tcheca, Letônia, Lituânia, Estônia, Bulgária, Polônia, Eslováquia e Eslovênia, pediram, em carta aberta, o início das negociações para à adesão.
No entanto, um terço dos Estados-membros, entre eles Bélgica, Holanda, Itália e Espanha, estão mais "reservados" sobre o tema, segundo uma fonte diplomática contatada pela AFP.