Militar paquistanêsAFP
Desde que o Talibã voltou ao poder no Afeganistão no ano passado, as tensões nas fronteiras entre os dois países aumentaram. O Paquistão alega que grupos armados, como o Tehreek-e-Taliban Paquistão (TTP), atacam seu território do lado afegão da fronteira.
"Quarenta e um civis, principalmente mulheres e crianças, morreram (...) em bombardeios aéreos das forças do Paquistão (...) na província de Khost", disse à agência de notícias AFP Shabir Ahmad Osmani, diretor de informação e cultura em Khost.
Duas outras autoridades confirmaram o número de mortos em Khost. Uma autoridade afegã disse no sábado que seis pessoas foram mortas na província de Kunar.
"Helicópteros paquistaneses bombardearam quatro cidades perto da linha Durand na província de Khost. Eles destruíram casas de civis e houve vítimas", disse o funcionário, que pediu anonimato.
"Todos os alvos eram civis inocentes que não tinham nada a ver com o Talibã ou o governo", disse Rasool Jan, um morador de Khost.
Centenas de civis protestaram em Khost no sábado, entoando slogans antipaquistaneses, segundo fotos obtidas pela AFP.
Najibullah, um funcionário do Ministério do Afeganistão para a Promoção da Virtude e Prevenção do Vício, disse que o número de mortos nesses ataques subiu para 48 na província de Khost.
"Vinte e quatro pessoas foram assassinadas em uma família", disse ele à AFP.
Jamshid, um líder tribal da província de Khost, também estimou o número de mortos em mais de 40.
Medidas severas
"O Paquistão mais uma vez condena fortemente os terroristas que operam impunemente em solo afegão para realizar atividades no Paquistão", disse o Ministério das Relações Exteriores em comunicado.
Na quinta-feira, sete soldados paquistaneses foram mortos no distrito do Waziristão do Norte por "terroristas que operam no Afeganistão", disse o ministério.
O Talibã afegão nega dar abrigo a militantes paquistaneses e denuncia a cerca que Islamabad está erguendo para proteger os mais de 2.000 quilômetros de fronteira, conhecida como Linha Durand, nome herdado dos tempos coloniais.
No sábado, o governo emitiu um alerta ao Paquistão.
"Estamos usando todas as opções para evitar a recorrência de [tais ataques] e exigimos que nossa soberania seja respeitada. O lado paquistanês deve saber que, se uma guerra estourar, não será do interesse de nenhum dos lados", disse o porta-voz do governo, Zabihullah Mujahid, em uma mensagem de áudio.
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