Presidente da França, Emmanuel Macron, e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.SERGEI SUPINSKY / AFP

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky disse ter convidado o presidente da França, Emmanuel Macron, para visitar a Ucrânia e ver por si mesmo o "genocídio" que as forças russas estão cometendo. O termo utilizado por Zelensky ainda não foi dito em nenhum momento por seu colega francês.
"Sobre Emmanuel, falei com ele", disse o presidente ucraniano em entrevista ao canal americano CNN na sexta-feira e transmitido neste domingo (17).
"Acho que ele quer garantir que a Rússia se engaje em um diálogo", opinou, para explicar a recusa do líder francês em denunciar um "genocídio" das tropas russas invadindo a Ucrânia, ao contrário da posição do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
O presidente ucraniano inicialmente considerou essa recusa "muito dolorosa" na quarta-feira.
"Eu disse a ele que queria que ele entendesse que isso não é uma guerra, nada mais é do que genocídio. Eu o convidei para vir quando tiver uma chance", disse Zelensky à CNN. "Ele virá e verá, e tenho certeza de que entenderá", acrescentou.
Macron, em plena campanha para sua reeleição nas eleições presidenciais do próximo domingo na França, explicou na quinta-feira que a palavra "genocídio" deve, em sua opinião, ser "qualificada por advogados, não por políticos" e que "escaladas verbais" não ajudam a Ucrânia.
Em sua entrevista transmitida neste domingo, o presidente ucraniano também expressou seu desejo de ser visitado por Biden, que esta semana declarou que as forças russas estavam cometendo "genocídio".
"Acho que ele virá... mas a decisão depende dele, claro, depende da situação de segurança", disse ele. "Mas acho que ele é o governante dos Estados Unidos e é por isso que ele deveria vir e ver", explicou.
O governo dos Estados Unidos está considerando enviar um enviado a Kiev, mas a Casa Branca descartou por enquanto a viagem do próprio presidente, uma viagem que seria de alto risco em meio ao conflito.