Ucrânia está recebendo ataques na região leste do país AFP
Os cadáveres, retirados de uma vala da localidade e Myrotske, estavam com as mãos amarradas e os olhos vendados, afirmou o chefe de polícia de Kiev, Andriy Nebytov. "As vítimas foram torturadas durante muito tempo (...) No final, cada uma recebeu um tiro na têmpora", disse.
Myrotske fica perto de Bucha, cidade da região de Kiev que virou símbolo das atrocidades da guerra na Ucrânia desde a descoberta, no início de abril - após a saída das tropas russas -, de dezenas de corpos de pessoas com roupas civis espalhados pelas ruas.
Nebytov disse que, em Myrotske, "os ocupantes [russos] tentaram esconder evidências de seus abusos, então jogaram os corpos em uma cova e os cobriram com terra".
Promotores ucranianos disseram nesta semana que identificaram mais de 8 mil crimes de guerra desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro, e investigam dez soldados russos por seu suposto envolvimento nas atrocidades de Bucha.
A Rússia nega seu envolvimento nos massacres e afirma que é uma armação orquestrada pelo governo ucraniano.
Bombardeios em Kharkiv
O aeroporto de Odessa (sul) foi alvo neste sábado de um disparo de míssil russo que destruiu sua pista, sem causar vítimas, anunciou o governador da região. Na quinta-feira, vários mísseis foram disparados contra Kiev, durante a visita do secretário-geral da ONU, Antonio Guterres. O governo russo afirmou que o ataque teve como alvo uma fábrica de mísseis.
Combates palmo a palmo
As tropas ucranianas anunciaram que recuperaram um vilarejo "importante estrategicamente" perto de Kharkiv, Ruska Lozova, e que retiraram centenas de civis.
Uma fonte da Otan afirmou que a Rússia registrou avanços "pequenos e irregulares" devido ao contra-ataque das tropas ucranianas armadas pelos países ocidentais.
O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, afirmou em uma entrevista à agência estatal chinesa Xinhua que a ofensiva de seu país acontece "de acordo com os planos". Lavrov também pediu à Otan o fim do envio de armas a Kiev "se realmente estão interessados em resolver a crise ucraniana".
EUA denuncia a "depravação" de Putin
O porta-voz do Pentágono, John Kirby, denunciou na sexta-feira a destruição da Ucrânia e criticou o que chamou de "depravação" do presidente russo, Vladimir Putin.
Último reduto de resistência em Mariupol
A ONU afirmou que tenta retirar os civis, mas Dennis Pushilin, líder da região separatista pró-Moscou de Donetsk, acusou as forças ucranianas de "atuar como terroristas" por supostamente reter os civis na siderúrgica.
Na área portuária de Mariupol, repórteres da AFP ouviram o pesado bombardeio de Azovstal na sexta-feira, durante uma visita de imprensa organizada pelo exército russo. A vice-primeira-ministra ucraniana, Irina Vereshchuk, indicou que 14 ucranianos, incluindo uma militar grávida, foram trocados neste sábado por um número indeterminado de prisioneiros russos.
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