Brasil ficou de fora da cúpula do G7 pelo quarto ano seguidoAlan Santos/PR

Berlim - O Brasil ficará de fora pelo quarto ano consecutivo da reunião do G7, que envolve as sete maiores economias do mundo e traz perspectivas para o futuro econômico. A decisão foi anunciada nesta segunda-feira (2) pelo governo alemão, responsável pelo encontro neste ano.
Para o evento deste ano, Berlim optou por convidar Senegal, África do Sul, Índia e Indonésia. O convite à Índia chegou a ser dúvida, após o governo indiano não se manifestar aos ataques russos à Ucrânia. O país ainda aumentou a sua importação de petróleo russo depois dos primeiros bombardeios.
É de praxe os países sedes da cúpula convidar nações em desenvolvimento para participarem das discussões econômicas mundiais. O Brasil participou pela primeira vez do encontro em 2003 e manteve seu lugar nos anos seguintes. Na época, o país era visto com potencial de crescimento econômico rápido, além de boas relações com países internacionais.
Desde que o presidente Jair Bolsonaro (PL) assumiu a presidência, no entanto, o Brasil não participou de nenhum dos encontros.
Em 2020, o governo chegou a anunciar o convite do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para participar do evento. Entretanto, a pandemia e a derrota imposta ao republicano nas eleições provocaram o adiamento do encontro.
Para especialistas, a falta de convite se deve a queda do prestígio do Brasil no cenário internacional. Desde 2019, quando Bolsonaro assumiu sua cadeira no Palácio do Planalto, o país é alvo de críticas e troca de farpas com governos estrangeiros.
Há três anos, por exemplo, o presidente da França, Emmanuel Macron, deixou de chamar Bolsonaro após discussões públicas sobre a Floresta Amazônica. O governo francês até cortou uma verba destinada ao Brasil para a manutenção da floresta após as declarações de Jair Bolsonaro. Ainda no mesmo ano, Bolsonaro negou a ajuda financeira do próprio G7 para a preservação da Amazônia.
Já no ano passado, o governo britânico convidou Índia, Coreia do Sul e Austrália para o encontro.
 
*Com informações do Brasil Econômico