Joe Biden subiu o tom do discurso direcionado à China em meio aos rumores de reintegração da Taiwan ao paísAFP
Biden diz que não enviará à Ucrânia sistemas de mísseis de longo alcance capazes de chegar à Rússia
Senador republicano Lindsey Graham, reagiu classificando a decisão do presidente como 'uma traição à Ucrânia e à própria democracia'
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou nesta segunda-feira, 30, que não entregará à Ucrânia sistemas de mísseis de longo alcance (MLRS, na sigla em inglês) capazes de atingir o território russo, apesar de Kiev ter pedido diversas vezes este tipo de armamento.
"Não vamos enviar à Ucrânia sistemas de foguetes que podem chegar à Rússia", disse Biden aos jornalistas nesta segunda-feira pela manhã.
A imprensa americana informou que Washington preparava a entrega de sistemas de lançamento múltiplo de foguetes de longo alcance a Kiev, depois da aprovação pelo Congresso de uma ajuda adicional à Ucrânia de 40 bilhões de dólares.
No entanto, o porta-voz do Pentágono, John Kirby, não confirmou o envio dos MLRS M270, um armamento de grande mobilidade, com um alcance de até 300 quilômetros.
Kiev também pediu aos Estados Unidos um segundo tipo de sistema: o M142 Himars, com um alcance de entre 70 e 150 quilômetros, muito superior às baterias de obuses M777, que são as que atualmente são fornecidas a Kiev e têm um alcance efetivo de até 40 quilômetros.
Um funcionário do governo americano garantiu nesta segunda que o envio de sistemas MLRS ainda estava sobre a mesa, mas sem capacidades para ataques de longo alcance, o que permitiria o seu uso fora do campo de batalha.
O senador republicano Lindsey Graham, por sua vez, reagiu nesta segunda-feira classificando a decisão de Biden como "uma traição à Ucrânia e à própria democracia". "Aparentemente, o governo Biden se sente outra vez intimidado pela retórica russa", escreveu o político opositor no Twitter.
As forças ucranianas encontram dificuldades na região do Donbass, onde a ofensiva russa se intensificou em localidades-chave. As tropas russas avançaram para o centro de Severodonetsk, que está sob ataque há semanas.
Nesse contexto, os funcionários ucranianos pediram mais armas ao Ocidente.
"Alguns aliados evitam fornecer as armas necessárias por medo de uma escalada. Escalada, é sério? A Rússia já está usando as armas não nucleares mais pesadas, está queimando pessoas vivas. Talvez seja o momento [...] de nos enviar MLRS", tuitou Mykhailo Podolyak, assessor da Presidência ucraniana.
Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores ucraniano, Dmytro Kuleba, declarou também, na semana passada no Fórum de Davos, na Suíça, que essas unidades móveis capazes de lançar vários foguetes simultaneamente são "realmente a arma que tanto precisamos".
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