Noruega: uma multidão foi para frente do bar gay onde duas pessoas foram mortas em um ataque a tirosHaakon Mosvold Larsen/NTB/AFP
A polícia de Oslo assinalou que o suposto autor do ataque é um cidadão norueguês de origem iraniana de 42 anos. O serviço de inteligência também reconhece "dificuldades relacionadas com a saúde mental" do suspeito, detalhou Berg. Seu advogado, John Christian Elden, disse à agência de notícias norueguesa NTB que espera que seu cliente seja submetido à "observação judicial" para determinar seu estado mental, como costuma ocorrer nos casos graves.
O ataque aconteceu na madrugada deste sábado, por volta de 01h (20h de sexta-feira em Brasília), na parte externa do pub Per på Hjørnet, onde morreram duas personas, segundo a imprensa local. Em seguida, o atirador continuou disparando em frente a um bar vizinho destinado ao público gay, o London Pub, em pleno centro de Oslo, que estava lotado. Segundo a polícia, os feridos não correm risco de morte. A marcha do Orgulho LGBTQIA+, que aconteceria na tarde deste sábado em Oslo, foi cancelada.
Com base nas recomendações "claras" da polícia norueguesa, "todos os atos relacionados com o 'Oslo Pride' foram cancelados", escreveram os organizadores do evento em um comunicado publicado no Facebook.
'Contribuição heroica'
Um desfile espontâneo reuniu também centenas de pessoas. Algumas delas gritavam, em inglês, "We're here, we're queer. We won't disappear" ("Estamos aqui, somos gays. Não vamos desaparecer"). "Acho fantástico que aconteça esta marcha. Caso contrário, eles teriam vencido", explicou uma participante na casa dos 50 anos à AFP.
Por ora, a polícia considera que o autor do crime agiu só, mas ainda é preciso investigar se ele contou com ajuda para preparar o ataque. A polícia reforçou seu efetivo na capital para lidar com eventuais incidentes. O serviço de inteligência, por sua vez, elevou o nível de ameaça, classificando a situação de "extraordinária".
O suspeito foi detido neste sábado à 01h19 (20h19 da sexta em Brasília), cinco minutos depois dos primeiros alertas feitos à polícia. Alguns civis ajudaram a capturá-lo e prestaram socorro aos feridos, segundo a polícia, que os louvou por sua "contribuição heroica".
O suspeito tinha passagens pela polícia por infrações leves como porte de arma branca e posse de entorpecentes.
'Estamos unidos'
O rei Harald, por sua vez, se disse "horrorizado" em um comunicado oficial. "Devemos nos juntar para defender nossos valores: a liberdade, a diversidade e o respeito", afirmou. O presidente francês, Emmanuel Macron, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, foram alguns dos líderes mundiais a condenar o ataque. O conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, descreveu o ocorrido como "aterrorizante".
Normalmente um país pacífico, a Noruega viveu um dia de terror em 22 de julho de 2011, quando o extremista de direita Anders Behring Breivik matou 77 pessoas em duas ações, um atentado à bomba contra a sede do governo em Oslo e em um ataque a tiros contra uma reunião de jovens do Partido Trabalhista (AP, na sigla em norueguês) na ilha de Utøya.
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