Manifestantes invadiram o escritório do primeiro-ministro do Sri Lanka, Ranil Wickremesinghe, nomeado presidente interino nesta quarta-feira AFP

O Sri Lanka declarou estado de emergência nesta quarta-feira (13) depois que o presidente, Gotabaya Rajapaksa, fugiu do país em meio aos intensos protestos antigoverno. A nação vive uma crise econômica devastadora, com manifestantes ainda reunidos junto ao gabinete do primeiro-ministro, Ranil Wickremesinghe.
"O presidente saiu do país. O estado de emergência foi declarado para fazer frente à situação vivida", afirmou o porta-voz do primeiro-ministro, Dinouk Colombage, à agências de notícias.
Nos últimos dias, os manifestantes ocuparam vários edifícios governamentais, exigindo a demissão dos principais líderes políticos. O presidente Gotabaya Rajapaksa, que havia concordado em abandonar o cargo, sua esposa e dois guarda-costas deixaram o Sri Lanka a bordo de um avião da Força Aérea com destino à capital das Maldivas.
Os manifestantes exigem, ainda, que o primeiro-ministro renuncie imediatamente, mas Ranil Wickremesinghe afirmou que só o faria depois que um novo governo estivesse em andamento.
O presidente Gotabaya Rajapaksa é acusado de má gestão económica, que levou o país a assumir a incapacidade de financiar as importações mais essenciais para os seus 22 milhões de habitantes, devido à falta de moeda estrangeira.
O governo do Sri Lanka falhou no pagamento de uma dívida externa de US$ 51 mil milhões em abril e negocia com o Fundo Monetário Internacional (FMI) uma possível ajuda de emergência.