Papa Francisco cobra da comunidade internacional participação no combate à crise humanitária na Somália AFP
Papa Francisco faz apelo por ajuda no combate à seca que assola a Somália
Mais de um milhão de habitantes foram deslocados desde janeiro de 2021, quando teve início o pior período de estiagem dos últimos 40 anos
Vaticano - Durante a celebração do Angelus, na manhã deste domingo, no Vaticano, o Papa Francisco pediu ajuda internacional para combater a seca letal que assola a Somália e a região do Chifre da África. O fenômeno já causou o deslocamento de um milhão habitantes, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).
O pontífice, de 85 anos, alertou para a situação de "grave crise humanitária" que existe na Somália, bem como em vários países vizinhos. "Os habitantes da região, que vivem em condições precárias, estão agora em um momento mortal por causa da seca. "Espero que a solidariedade internacional possa responder a esta emergência", pediu.
Mais de 755 mil pessoas foram deslocadas na Somália este ano devido à grave seca no Chifre da África, de acordo com o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados e o Conselho Norueguês de Refugiados (NRC). Com isso, já são mais de um milhão de deslocados desde janeiro de 2021, quando começou a atual seca, a pior em 40 anos.
"Infelizmente, a guerra distrai a atenção e os recursos, mas esses são os objetivos que exigem o máximo envolvimento: o combate à fome, saúde, educação", alertou o Papa Francisco.
As últimas quatro temporadas de chuvas desde o fim de 2020 foram insuficientes e atualmente 7,1 milhões de somalis, quase metade da população, passam fome, incluindo 213 mil que enfrentam uma situação muito crítica, segundo a ONU.
A Somália, um país mergulhado na violência, mal tem recursos para lidar com essa situação. Além disso, rebeldes fundamentalistas islâmicos limitam o acesso de ajuda humanitária a algumas áreas do país.