Vladimir Putin, presidente da RússiaMikhail Metzel / Sputnik / AFP
As autoridades ucranianas não reivindicaram a autoria desse ataque, mas o chefe do gabinete presidencial, Andriy Yermak, falou no Twitter sobre uma "ação de desmilitarização" das forças armadas ucranianas, usando a mesma terminologia que a Rússia utiliza para justificar a invasão.
Este incidente aconteceu uma semana depois de outro ataque contra uma base aérea russa na Crimeia, que foi descrito como um "trabalho especial bem-preparado" por um responsável ucraniano que não quis falar seu nome. Para o analista Oliver Alexander, esses ataques, que ele acredita que podem ter sido realizados com mísseis balísticos, estão minando o moral russo e levantando o ânimo do lado ucraniano.
"A Crimeia era um lugar relativamente seguro nos últimos seis meses, mas já não é assim. Isso aumentou a pressão sobre os russos", explicou Alexander. Também cresce a preocupação entre os turistas russos que visitam a região, conhecida por suas praias.
Por outro lado, o conselheiro da presidência ucraniana, Mikhailo Podoliak, pediu o "desmantelamento" da ponte de Kerch, inaugurada em 2018, que une a Rússia com a península pelo leste. Isso aumenta o medo em Moscou de que ela se torne um alvo militar legítimo.
'Contraofensiva coerente'
A Ucrânia afirma que retomou o controle de dezenas de vilarejos na frente sul e que destruiu pontos estratégicos como pontes. Também houve explosões em cidades ocupadas pelas tropas russas, que se acredita que foram realizadas por sabotadores.
Nesta quarta-feira (17), Ivan Fedorov, prefeito de Melitopol, cidade ocupada pela Rússia próxima da península da Crimeia, afirmou que duas explosões interromperam o sinal da televisão russa. O Ministério da Defesa do Reino Unido disse que essas ações aumentarão a preocupação dos comandantes russos na Crimeia, pois a península funciona "como uma base na retaguarda" para a ofensiva.
Nas primeiras horas da invasão, a Rússia usou a península para avançar sobre o sul da Ucrânia e tomar Kherson, a maior cidade ucraniana sob seu controle. Isso também permitiu que a Rússia criasse um corredor terrestre entre o sul e o leste da Ucrânia, controlado por rebeldes pró-Rússia desde antes da guerra.
Na medida em que o conflito avança, muitos ucranianos não se contentam apenas em recuperar as posições anteriores à invasão, mas também querem a Crimeia. "A maioria dos cidadãos do Estado terrorista [Rússia] começam a entender que a Crimeia não é lugar para eles", disse o presidente ucraniano Volodimir Zelensky em sua mensagem diária de terça-feira.
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