Medida permite que Estado tome medidas para conter danos provocados pelas queimadasReprodução/Twitter

O presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, anunciou nesta segunda-feira, 22, que os territórios que mais sofreram com os grandes incêndios deste verão na Espanha, serão declarados em "situação de calamidade". A medida tem como objetivo facilitar o auxílio aos afetados. 
Sánchez afirmou que na próxima terça-feira, pretende "prosseguir na aprovação da declaração" de "calamidade em todos os territórios devastados pelos grandes incêndios neste ano", disse em visita a Bejís, na região de Valência, no leste do país.
Bejís, na província de Castellón, foi atingida por um grande incêndio na semana passada, que foi finalmente controlado após queimar mais de 17.500 hectares de florestas, segundo o sistema geoespacial europeu Copernicus, e obrigar a evacuação de 2.200 pessoas.
A determinação de calamidade na região permite ao Estado aplicar uma série de medidas para aliviar um desastre natural, liberar auxílios financeiros para moradores por danos em suas casa, compensar gastos extraordinários feitos por prefeituras e subsídios para reparar infraestruturas, entre outras.
Só em 2022, a Espanha já sofreu quase 400 incêndios em áreas florestais, segundo as últimas cifras do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS), que já devastaram mais de 287.000 hectares de terra, mais do triplo da superfície total destruída em 2021. A média anual de hectares queimadas por incêndios florestais na Espanha, entre 2006 e 2021, foi de quase 67.000, quatro vezes menos, segundo esta fonte.
O país vizinho Portugal, que nesta segunda se encontrava em estado de alerta pelos incêndios, viu 94.000 hectares serem devastados pelas chamas somente neste ano, a maior superfície desde os incêndios que em 2017 deixaram cem mortos, segundo o último balanço do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).