Tropas russas têm utilizado e perdido muito material bélico durante a batalha na UcrâniaAFP

A Rússia comprou uma grande quantidade de armas e munições da Coreia do Norte para repor os estoques esgotados há meses devido aos combates na Ucrânia, afirmou um funcionário americano nesta terça-feira (6).
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro com a aparente intenção de tomar o controle do país em algumas semanas, mas as tropas de Kiev frearam seu avanço com a ajuda de armamento e munições dos Estados Unidos, de países europeus e da Otan.
"Nossa impressão é que (a compra) poderia incluir literalmente milhões de cartuchos, foguetes e projéteis de artilharia", declarou a jornalistas o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby.
Kirby ressaltou que as compras ainda não foram concluídas.
"Ainda não temos nenhuma indicação de que a compra realmente aconteceu, então é difícil dizer como isso vai realmente acabar", disse Kirby, acrescentando que "certamente não há indicação de que esse material, essas armas, estejam sendo usados" dentro da Ucrânia.
De acordo com Kirby, as compras maciças de munição de artilharia do governo norte-coreano, profundamente isolado e repressivo, bem como um acordo para comprar drones militares do Irã, demonstram a terrível situação que a Rússia enfrenta após meses de sanções econômicas e tecnológicas ocidentais destinadas a enfraquecer a máquina de guerra de Moscou.
"É apenas mais uma indicação de quão desesperado" o presidente russo, Vladimir Putin, se tornou, e "uma indicação de quanto seu estabelecimento industrial de defesa está sofrendo como resultado", disse Kirby.
"O fato de eles terem que comprar projéteis de artilharia da Coreia do Norte e drones do Irã indica o quão eficaz (as sanções) têm sido".
Kirby afirmou que não havia indicação de que a China estivesse cooperando com a Coreia do Norte: "Continuamos a ver nenhuma indicação de que a China esteja violando as sanções em relação à Rússia ou que esteja, de fato, tomando ações ostensivas para ajudar a Rússia militarmente".
Mais cedo, um funcionário dos Estados Unidos, que pediu anonimato, afirmou que o armamento era "para ser usado no campo de batalha na Ucrânia".
Essas compras "mostram que os militares russos continuam sofrendo com uma séria escassez de suprimentos na Ucrânia, devido em parte aos controles e sanções de exportação" impostas pelo Ocidente a Moscou após a invasão do país, acrescentou.
Ambos os lados usaram grandes quantidades de munição de artilharia e perderam muitas armas na batalha.
As sanções ocidentais tornaram difícil para Moscou comprar componentes para fabricar armas, como os chips, então os Estados Unidos esperam que a Rússia continue comprando equipamentos militares da Coreia do Norte no futuro, de acordo com o funcionário.