Erdogan que insistiu na importância da 'luta contra o terrorismo', acusa os dois países de protegerem combatentes curdosReprodução

A Turquia se recusa a ratificar a solicitação de adesão da Suécia e Finlândia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) "até que as promessas" de ambos os países "sejam cumpridas", disse o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, neste sábado.
"Enquanto as promessas feitas ao nosso país não forem cumpridas, manteremos a nossa posição inicial", declarou ao Parlamento turco Erdogan, que ameaça desde meados de maio bloquear a adesão dos dois Estados nórdicos à Aliança Atlântica.
"Acompanhamos meticulosamente se as promessas feitas pela Suécia e pela Finlândia são cumpridas e, claro, a decisão final caberá ao nosso grande Parlamento", acrescentou o chefe de Estado.
Erdogan, que insistiu na importância da "luta contra o terrorismo", acusa os dois países de protegerem os combatentes curdos do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e das Unidades de Proteção do Povo (YPG), considerados terroristas por Ancara.
Até o momento, 28 Estados-membros --de um total de 30-- da Aliança Atlântica ratificaram a adesão da Suécia e da Finlândia. Apenas Hungria e Turquia ainda não deram sua aprovação final.
Num importante gesto de concessão à Turquia para obter sinal verde de Ancara à sua adesão à Otan, a Suécia anunciou na sexta-feira que voltou a autorizar as exportações de equipamento militar para esse país.
O levantamento dessas restrições estava entre as condições estabelecidas por Ancara.
Na cúpula da Otan realizada em Madri no final de junho, Suécia, Finlândia e Turquia assinaram um memorando abrindo a adesão das duas nações nórdicas à Otan.
No entanto, o presidente da Turquia ameaçou imediatamente com um veto caso determinadas condições não fossem cumpridas.
Uma delegação sueca visitará a Turquia na quarta e quinta-feira para continuar as negociações. Uma reunião tripartida aconteceu na Finlândia no final de agosto.