Cerca de 110 operários trabalhavam na mina de carvão no momento do acidenteAFP

Amasra - As equipes de resgate ainda buscam sobreviventes em uma mina de carvão em Amasra, noroeste da Turquia. Pelo menos 25 mineiros morreram e vários outros ficaram feridos na explosão na tarde de sexta-feira, 15. A informação é do Ministério Turco do interior, que indicou que 110 operários trabalhavam no local no momento do acidente.
O governo turno ainda informou que onze pessoas foram enviadas ao hospital depois após o resgate dos escombros em um dos piores acidentes industriais do país nos últimos anos. O ministro do Interior Suleyman Soylu, relatou que se deparou com "um panorama realmente triste" ao comparecer ao local da tragédia ao lado do ministro de Energia.
Segundo Soylu, do total de 110 mineiros que trabalhavam na mina, cerca de 50 ficaram presos em galerias subterrâneas localizadas a 300 e 350 metros abaixo do nível do mar.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, anunciou que estava cancelando sua agenda para viajar ao local do acidente neste sábado. "Nosso desejo é que a perda de vidas não seja maior e que nossos mineiros possam sair sãos e salvos", tuitou.
Imagens da televisão local mostravam centenas de pessoas, muitas delas em prantos, reunidas diante de um edifício branco danificado perto da entrada da mina.
O ministro da Energia, Fatih Donmez, disse que de acordo com as primeiras observações, a detonação foi produzida por uma acumulação de grisu, um gás comum nas minas subterrâneas, composto essencialmente por metano.
O Afad, órgão público responsável pela gestão de desastres da Turquia, anunciou inicialmente no Twitter que um transformador defeituoso tinha sido a causa da explosão, mas depois corrigiu essa informação e afirmou que se tratava de gás metano que explodiu por razões "desconhecidas".
"Não sei o que aconteceu. Houve uma pressão repentina e não consegui ver mais nada", disse à agência estatal Anadolu um operário que conseguiu sair sozinho dos túneis.
Imagens difundidas pela televisão turca mostravam paramédicos dando oxigênio aos operários que conseguiram sair e depois sendo levados para hospitais próximos.
A governadora local afirmou que uma equipe de mais de 70 socorristas tinha conseguido chegar a um ponto situado a cerca de 250 metros de profundidade.
"Os esforços de resgate continuam", disse a governadora provincial. Ainda não está claro se as equipes conseguirão se aproximar mais dos trabalhadores e o que estaria bloqueando sua passagem.
O prefeito de Amasra, Recai Cakir, assinalou que "quase metade dos trabalhadores foram retirados", citado pela emissora turca NTV. "A maioria está a salvo, embora existam alguns seriamente feridos", acrescentou.
Os trabalhos de resgate continuam madrugada adentro, apesar da dificuldade adicional da falta de luz. A promotoria local disse que estava tratando o ocorrido como um acidente e que havia aberto uma investigação formal.
Os acidentes de trabalho são frequentes na Turquia, onde o forte desenvolvimento econômico da última década veio muitas vezes em detrimento das normas de segurança, especialmente na construção e na mineração. O país sofreu seu desastre mais mortal na mineração em 2014, quando 301 trabalhadores morreram em uma explosão na cidade de Soma (oeste).