Presidente dos Estados Unidos, Joe BidenMandel NGAN / AFP

Os Estados Unidos impuseram sanções ao setor de mineração da Nicarágua por ser "uma peça importante" das operações de ouro que financiam o governo de Daniel Ortega, assim como o ex-líder Lenín Cerna, anunciou o Departamento do Tesouro nesta segunda-feira (24).
Especificamente, o Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) do Departamento do Tesouro sanciona a Direção Geral de Minas (DGM), que administra a maioria das operações de mineração na Nicarágua em nome do governo.
"É uma peça importante das operações de ouro controladas pelo Estado na Nicarágua", disse o Departamento do Tesouro em nota.
"Ortega e seus comparsas continuam usando os lucros da produção e venda de ouro para encher seus bolsos e pagar aqueles que mantêm o regime no poder", afirmou.
O governo nicaraguense "usa esse poder para intimidar e prender aqueles que denunciam a corrupção do regime e semear instabilidade em todo o mundo, inclusive apoiando uma maior invasão da Ucrânia pela Rússia", insistiu.
Segundo Washington, o objetivo das sanções é impedir que o governo de Ortega e sua esposa e vice-presidente, Rosario Murillo, "usem os lucros do ouro para oprimir o povo nicaraguense".
Além disso, Washington acusou Lenín Cerna, ex-secretário da organização da Frente Sandinista, ex-diretor de Segurança do Estado do governo revolucionário sandinista (1979-1990) e durante anos um dos homens do círculo de confiança de Ortega.
Por outro lado, o presidente dos EUA, Joe Biden, assinou uma nova ordem executiva que modifica a 13851 para ampliar a autoridade do Tesouro com o objetivo de "responsabilizar o regime Ortega-Murillo por seus contínuos ataques à liberdade de expressão e de reunião dos nicaraguenses".
No passado, os Estados Unidos aplicaram dezenas de sanções a funcionários e pessoas próximas a Ortega por violações de direitos humanos e corrupção.