Kirchner foi atacada no dia 1º de setembro ao chegar em sua casa em Buenos Aires por um homem armadoAFP

A vice-presidente argentina, Cristina Kirchner, pediu a suspeição da juíza que atua no caso da tentativa de assassinato contra ela, por considerar que a magistrada não investigou as conexões políticas do agressor, informou no Twitter.
"Instruí meus advogados a pedir a suspeição da juíza María Eugenia Capuchetti", escreveu Kirchner nesta quinta-feira, 10, em uma mensagem acompanhada de um vídeo em que critica o fato de o deputado Gerardo Milman, do partido de oposição Proposta Republicana, ainda não ter sido convocado.
"É evidente que o 'partido judicial' não quer Cristina como vítima. Eles a querem presa ou morta", diz uma voz no vídeo publicado por Kirchner.
A defesa de Kirchner insiste na necessidade de investigar esse parlamentar, que, segundo uma testemunha, poderia estar ciente dos planos de ataque à vice-presidente.
"O que não for investigado nos primeiros meses nunca será verificado, e estamos falando do ataque mais grave desde o retorno da democracia", comentou o vice-ministro da Justiça, Juan Martín Mena.
Kirchner, de 69 anos e ex-presidente entre 2007 e 2015, foi atacada no dia 1º de setembro ao chegar em sua casa em Buenos Aires por um homem que se esgueirou entre seus apoiadores e disparou contra ela duas vezes com uma arma que falhou.
O homem foi preso no local e está sendo processado pela tentativa de homicídio junto com outras duas pessoas.
Uma jovem de 21 anos próxima a este grupo foi recentemente libertada por falta de provas.
Há alguns dias, Kirchner disse que empresários que apoiam o ex-presidente Mauricio Macri (2015-2019) financiaram manifestações de grupos radicais.
No vídeo publicado nesta quinta, estas manifestações foram consideradas como um prelúdio ao ataque.
A ex-presidente, contra quem o Ministério Público pediu 12 anos de prisão, enfrenta um julgamento por suposta corrupção que entrará em sua fase final a partir de 14 de novembro e poderá emitir um veredicto antes do final do ano.