Primeira-ministra da Irlanda do Norte anuncia sua renúnciaReprodução/ Instagram

A polícia da Irlanda do Norte abriu, nesta sexta-feira (18), uma investigação por tentativa de homicídio após o ataque contra uma viatura com dois agentes com uma bomba de fabricação caseira, que provocou uma onda de condenações políticas.
O ataque, realizado com "um dispositivo explosivo viável", ocorreu na quinta-feira (17) na cidade de Strabane, perto da fronteira com a República da Irlanda, informou o Serviço de Polícia da Irlanda do Norte (PSNI).
É a primeira vez em anos que um dispositivo direcionado contra a polícia explode nesta nação britânica com um passado conturbado. Em abril de 2021, a polícia da Irlanda do Norte desarmou uma bomba, composta por explosivos presos a um recipiente com líquido inflamável, encontrada sob o carro de uma policial na cidade de Dungiven.
O ato foi reivindicado pelo Novo IRA, um grupo republicano dissidente do ex-Exército Republicano Irlandês (IRA). Os agentes visados pelo novo ataque patrulhavam sua área habitual quando perceberam a explosão, mas não ficaram feridos, disse Bobby Singleton, chefe do PSNI.
Mais tarde, encontraram evidências da presença do dispositivo, incluindo sua fiação aparente, especificou.
"Uma importante linha de investigação" considera que o Novo IRA pode estar por trás desse ataque, que ocorre em um momento de grande instabilidade na Irlanda do Norte.
A região está privada de seu governo e parlamento autônomos desde fevereiro devido a um bloqueio do partido unionista DUP em protesto contra o status especial de comércio aplicado após o Brexit, que eles denunciam como uma separação do resto do Reino Unido.
Nesta sexta-feira, Belfast, Londres e Dublin condenaram o ataque.
"Eles não vão conseguir arrastar a sociedade para trás", tuitou Michelle O'Neill, a vice-presidente do partido republicano Sinn Féin - ex-braço político do IRA.
A política, que deve se tornar primeira-ministra regional se as instituições forem restauradas, instou o população a "se unir contra essas ações imprudentes".
O ministro britânico para Irlanda do Norte, Chris Heaton-Harris, chamou o ataque de "ato imprudente" e "altamente perigoso".
E o premiê irlandês, Micheál Martin, considerou que "qualquer tentativa de ferir membros das forças de segurança ou do PSNI é absolutamente escandalosa e deve ser condenada". O Acordo de Paz de 1998 encerrou três décadas de um conflito sangrento entre republicanos católicos e unionistas protestantes, que deixou cerca de 3.500 mortos.