Além do bebê, estavam no local a mãe da criança, que ficou ferida, e um médicoDivulgação/Oleksandr Starukh
Bombardeio russo atinge maternidade da Ucrânia e mata recém-nascido
Prédio de dois andares 'foi destruído por um ataque com foguetes contra o hospital local', disse o serviço de emergência
Pelo menos três civis, incluindo um recém-nascido, morreram em novos bombardeios russos na Ucrânia na madrugada desta quarta-feira, 24. O bebê morreu em um ataque que atingiu uma maternidade na região de Zaporizhzhia, sul do país, informou o serviço de emergência.
O prédio de dois andares da maternidade, que fica na cidade de Vilniansk, "foi destruído por um ataque com foguetes contra o hospital local", afirmou o serviço estatal.
Após o ataque, o presidente ucraniano Volodymyr Zelenski acusou Moscou de provocar o "terror" em seu país. "O inimigo decidiu mais uma vez tentar alcançar, com terror e assassinato, o que não conseguiu em nove meses e não vai conseguir", escreveu Zelensky em uma rede social, se referindo ao período de invasão no país. O mandatário prometeu que a Rússia "terá que prestar contas por todos os danos que fez ao país".
Além do bebê, estavam no local a mãe da criança e um médico. A mulher ficou ferida, informou o presidente ucraniano. "O Estado terrorista continua a guerra contra os civis", declarou Zelensky, em referência à Rússia.
Os serviços de emergência divulgaram um vídeo que mostra o trabalho das equipes de resgate para tentar retirar um homem dos escombros. De acordo com informações, não há mais pessoas presas no local.
A pequena cidade de Vilniansk fica a 45 quilômetros da linha de frente, no norte da região de Zaporizhzhia, que tem grande parte do sul ocupada pelas tropas russas desde que Moscou anunciou a anexação do território no fim de setembro.
Outro bombardeio russo matou duas pessoas nesta quarta-feira, na região de Kharkiv, nordeste da Ucrânia, informou o governador regional Oleg Synegubov. As vítimas são uma mulher, de 55 anos, e um homem, de 68.
Segundo a autoridade, o ataque atingiu um prédio residencial e um hospital. Uma pessoa foi internada e outra recebeu atendimento ainda no local.
Na última quinta-feira, 17, um outro ataque russo destruiu um edifício na região e matou 10 pessoas, incluindo três crianças.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou, na segunda-feira, 21, que registrou mais de 700 ataques contra centros de saúde ucranianos desde o início da invasão russa, em fevereiro. A OMS destacou que isso é uma "clara violação" do direito internacional humanitário.
"Centenas de hospitais e centros de saúde não estão mais plenamente operacionais", declarou Hans Kluge, diretor da OMS para a Europa, em uma entrevista coletiva em Kiev. A organização também alertou que o inverno representará uma ameaça para milhões de ucranianos, após os bombardeios russos contra as infraestruturas de energia do país, que deixou milhões de residências sem o recurso essencial.
"Este inverno colocará em perigo a vida de milhões de pessoas na Ucrânia. Será uma questão de sobrevivência", advertiu Kluge. Os danos às infraestruturas de energia da Ucrânia "já provocam efeitos devastadores para o sistema de saúde e a população", destacou.