Segundo Roberta Metsola, ainda há "fissuras" no atual regulamento que devem ser resolvidasPatrick Hertzog/AFP

A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, divulgou nesta quinta-feira, 15, o início de uma "ampla reforma" dos mecanismos de controle na instituição, em resposta ao escândalo que levou à prisão da influente eurodeputada Eva Kaili por suspeitas de suborno.
"A partir de hoje, estou preparando um pacote de ampla reforma que deve estar pronto no novo ano. Isso incluirá o fortalecimento dos sistemas de proteção de denunciantes", afirmou Metsola, após falar em uma cúpula de líderes da União Europeia.
Esse pacote de reforma - acrescentou - também se concentrará em "uma proibição [do acesso] a todos os grupos de amizade não oficiais, uma revisão das regras do nosso código de conduta e uma revisão completa de como interagimos com terceiros países".
Ela disse ainda que existem brechas no atual regulamento que devem ser resolvidas. "Há fissuras que temos de fechar, como quando falamos, por exemplo, da atividade de ex-membros do Parlamento Europeu, de quem está na lista da transparência, ou de quem pode entrar no Parlamento Europeu".
No último fim de semana, o Poder Legislativo da União Europeia foi abalado pela detenção de quatro pessoas, entre elas Eva Kaili, acusadas de corrupção relacionada ao Catar.
Nesta quinta, Metsola disse que recebeu um convite formal de visitação do país por causa da Copa do Mundo, mas que recusou o convite.
"Rejeitei, porque tenho preocupações em relação a esse país", declarou, acrescentando que também rejeitou um pedido de representantes do Catar de falar na plenária do Parlamento Europeu.
O Catar negou veementemente as acusações, mas uma fonte judicial na Bélgica confirmou à AFP que o país está no centro da investigação belga.