'Vitória do Estado', diz Meloni sobre prisão de Messina DenaroAHMAD GHARABLI / AFP
Com 60 anos de idade, o poderoso expoente da Cosa Nostra estava foragido desde meados de 1993 e foi detido pela Arma dos Carabineiros no hospital privado La Maddalena, onde se tratava contra um câncer de cólon havia mais de um ano.
Um funcionário do hospital disse à ANSA que o mafioso era um "homem educado, sofisticado a seu modo". "Ninguém podia suspeitar que fosse um mafioso procurado e acusado de massacres e homicídios. Era sempre muito gentil, calmo, sorridente", afirmou.
Já o presidente Sergio Mattarella telefonou para o ministro do Interior, Matteo Piantedosi, e para o comando da Arma dos Carabineiros para parabenizá-los pela prisão de Messina Denaro.
"Uma grandíssima satisfação por um resultado histórico na luta contra a máfia", declarou Piantedosi.
30 anos de fuga
Filho de um antigo mafioso da província de Trapani e histórico aliado do clã de Corleone, liderado por Riina, Messina Denaro estava foragido desde o verão europeu de 1993, quando enviou uma carta à sua então namorada, Angela, após uma série de atentados da Cosa Nostra em Roma, Milão e Florença, dizendo que ela ouviria falar dele em breve e que tentariam pintá-lo como um "diabo".
Ele era o último grande líder mafioso ainda foragido, e as buscas envolveram centenas de agentes das forças de ordem. Para muitos, Messina Denaro era o "chefe dos chefes" da Cosa Nostra desde a prisão de Bernardo Provenzano (1933-2016), o sucessor de Riina, em 2006.
Em seu período como foragido, buscou tirar a máfia dos holofotes e investir em novos setores da economia, como energias renováveis, para lavar o dinheiro obtido com atividades criminosas.
O mafioso também ganhou notoriedade pelo ar de playboy e pela crueldade. Seu apelido era "Diabolik", em referência a um ladrão anti-herói dos quadrinhos.
Investigação
Ele foi detido sem opor resistência, sob os aplausos dos outros pacientes da clínica La Maddalena.
Os investigadores analisavam há pelo menos três meses conversas da família interceptadas pela Justiça, descobrindo que o líder mafioso estava gravemente doente.
Em seguida, rastrearam informações da central nacional do Ministério da Saúde sobre pacientes oncológicos. Após analisar uma lista de pacientes com idade, sexo e proveniência que remetiam a Messina Denaro, chegaram ao nome de Andrea Bonafede, parente de um aliado próximo do mafioso.
Os investigadores então descobriram que, no dia da cirurgia no fígado, Bonafede estava em outro lugar, concluindo que seu nome havia sido usado por outro paciente.
Quando ficaram sabendo que Bonafede passaria por uma sessão de quimioterapia nesta segunda-feira, os policiais decidiram ir ao hospital e confirmaram que se tratava de Messina Denaro.
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