Ministro britânico das Finanças, Jeremy HuntReprodução

O ministro britânico das Finanças, Jeremy Hunt, apresentou, nesta sexta-feira, 27, seu plano de crescimento para a economia do Reino Unido, no qual promete aproveitar as oportunidades pós-Brexit e priorizar o combate à inflação.
Hunt delineou uma estratégia de longo prazo concentrada em energia verde, biotecnologias, infraestrutura, setor digital e indústrias criativas.
O governo pretende contar com a reforma de uma diretiva europeia para atrair "100 bilhões de libras (cerca de US$ 123,5 bilhões) em investimentos adicionais para os ativos britânicos mais produtivos desta década, como as energias limpas e infraestruturas".
O político conservador rejeitou os apelos de seu próprio grupo para reduzir os impostos, dizendo que, em um contexto de alta de preços, "o melhor corte de impostos é a redução da inflação".
A inflação atingiu 10,5% em dezembro, percentual historicamente alto, embora o aumento de preços esteja se desacelerando há dois meses.
Nos meses de setembro e outubro, o efêmero governo de Liz Truss apresentou um orçamento que incluía grandes cortes de impostos e ajudas colossais ao setor de energia. O anúncio abalou os mercados e forçou o Banco da Inglaterra a intervir.
Hunt prometeu, no entanto, que, a longo prazo, o seu objetivo é que o Reino Unido adquira um dos "regimes fiscais mais competitivos".
Em coletiva de imprensa, Hunt admitiu que a saída do país da União Europeia representou "uma grande mudança nas relações econômicas com os nossos vizinhos mais próximos" e que, "obviamente, há perturbações de curto prazo". "Devemos transformar o Brexit em um catalisador para decisões ousadas", continuou ele.
O Reino Unido está à beira da recessão. Segundo estatísticas oficiais, o Produto Interno Bruto (PIB) se contraiu 0,3% entre setembro e novembro, em relação aos três meses anteriores.
Para Susannah Streeter, analista da empresa Hargreaves Lansdown, faltam muitos detalhes ao plano apresentado, principalmente, para saber como o governo pretende implementá-lo. O ministro sugeriu que vai anunciá-los para o orçamento de março.