Medida foi divulgada pela primeira-ministra Élisabeth Borne Alain Jocard/AFP

Paris - A primeira-ministra da França Élisabeth Borne anunciou, nesta segunda-feira, 30, que o país construirá um memorial em homenagem aos ciganos perseguidos durante a Segunda Guerra Mundial.
O museu será feito no antigo campo de concentração de Montreuil-Bellay, no oeste do país. A medida é parte de um novo plano de luta contra o racismo, o antissemitismo, a perseguição aos ciganos e outras discriminações relacionadas à origem.
As ações também preveem uma maior "firmeza" na resposta ao discurso de ódio por motivos racistas e antissemitas, além de ferramentas para evitar discriminações no acesso ao emprego ou moradia.
Ainda que, segundo os historiadores, entre 220.000 e 500.000 ciganos tenham sido assassinados durante o nazismo, a internação na França começou antes de sua ocupação pela Alemanha e foi fruto de uma histórica discriminação contra esta comunidade.
Entre setembro de 1939 e abril de 1940, o governo francês proibiu a circulação dos "nômades", o que facilitou que entre 6.000 e 6.500 pessoas acabassem em campos de internamento franceses de outubro de 1940 até 1946.
Durante uma visita em 2016 ao Montreuil-Bellay - o maior campo da França e onde uma centena de pessoas perderam a vida -, o então presidente François Hollande reconheceu seu "sofrimento" e a "responsabilidade" do Estado.
"Nos tratavam como animais", disse Henriette Théodore, uma cigana idosa que ficou neste campo de 1941 a 1945, em setembro de 2020, quando tentou em vão que o Estado lhes devolvessem os bens confiscados na época.
Devido ao novo plano, os estudantes franceses deverão visitar ao menos uma vez um lugar histórico ou memorial relacionado a estas discriminações.