Ataque é atribuído a pessoas que são contra a escolarização das estudantesAFP

A ONU e a Alemanha exigiram nesta sexta-feira, 3, uma "investigação transparente" para esclarecer "todos os casos" de envenenamento de meninas em escolas no Irã.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos pediu "uma investigação transparente" e conclusões públicas.

"Estamos muito preocupados com as acusações de que meninas são atacadas, deliberadamente, no que parecem ser circunstâncias misteriosas", declarou a porta-voz do órgão, Ravina Shamdasani, à imprensa em Genebra.

"A informação sobre as estudantes envenenadas no Irã é chocante", tuitou pouco antes a ministra alemã das Relações Exteriores, Annalena Baerbock. "Todos os casos devem ser esclarecidos", frisou.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou, por sua vez, que está em contato com autoridades sanitárias do Irã e com profissionais de saúde para tratar do tema.

A agência também está usando "outros meios para entender melhor o que aconteceu para ter melhores evidências", declarou sua porta-voz, Margaret Harris.

A imprensa iraniana relatou centenas de casos de intoxicação por via respiratória de meninas com idades em torno dos 10 anos em escolas de Qom desde o final de novembro. Algumas delas foram hospitalizadas.

O governo relatou novos casos, esta semana, em Teerã. As autoridades iranianas disseram que esses envenenamentos estariam sendo causados por pessoas que se opõem à escolarização de meninas, mas, até agora, ninguém foi preso.

Esses casos causaram uma onda de indignação no país, onde o silêncio das autoridades foi criticado, apesar do número cada vez maior de instituições afetadas.