Casos recentes de queima do Alcorão foram registrados na SuéciaFredrik Persson/AFP
Polícia sueca prende mais de 10 pessoas após queima de Alcorão
Manifestação foi organizada por refugiado ucraniano
A polícia sueca prendeu neste domingo (3) mais de 10 pessoas depois que violentos distúrbios foram registrados em um protesto durante o qual um exemplar do Alcorão, o livro sagrado do islã, foi queimado.
A manifestação foi organizada pelo refugiado iraquiano Salwan Momika, que já protagonizou protestos similares nas últimas semanas, o que gerou uma onda de indignação no Oriente Médio.
O ato deste domingo ocorreu em uma praça de Malmo, uma cidade do sul do país com elevado percentual de população migrante. Quase 200 pessoas atenderam a convocação, segundo a emissora pública SVT.
Alguns participantes "expressaram discordância depois que o organizador queimou as escrituras", afirmou a polícia em um comunicado.
"Os ânimos se exaltaram algumas vezes", acrescentou a força de segurança, antes de acrescentar um "distúrbio violento" foi registrado às 13h45 locais (8h45 no horário de Brasília).
Mais de 10 pessoas foram presas por perturbação da ordem pública e duas foram acusadas de provocar distúrbios violentos. A imprensa local informou que algumas pessoas jogaram pedras em Momika.
Um vídeo mostra alguns deles tentando romper o cordão de isolamento policial antes de serem detidos. Em outras imagens, um homem tenta parar a viatura que transportava Momika.
Além dos protestos, as profanações do Alcorão provocaram tensões diplomáticas entre a Suécia e alguns países do Oriente Médio. Estocolmo condena os atos, mas defende que sua Constituição protege a liberdade de expressão.
As autoridades, no entanto, indicaram que pretendem explorar meios legais para deter os atos que impliquem na queima de textos religiosos em determinadas circunstâncias.
No final de agosto, a vizinha Dinamarca - que também registrou uma série de profanações do Alcorão - apresentou um projeto de lei para proibir a queima do livro sagrado.
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