Ppresidente ucraniano, Volodymyr ZelenskyAFP

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pressionou seus aliados da Otan nesta quarta-feira, 11, a continuarem fornecendo armas à Ucrânia, em sua primeira visita a esta aliança militar desde o início da ofensiva russa em seu país.
A passagem de Zelensky pela sede da organização em Bruxelas ocorre em meio a temores de que um ataque do grupo islamita palestino Hamas a Israel pudesse distrair as atenções dos Estados Unidos, seu principal patrocinador.
Na terça-feira, 10, em uma entrevista à rádio francesa "France 2", o presidente ucraniano expressou sua preocupação de que o conflito no Oriente Médio desviasse a "atenção internacional" da Ucrânia e isso pudesse ter "consequências".
Zelensky foi recebido na sede da Otan pelo secretário-geral da aliança militar, Jens Stoltenberg, e está previsto para participar de uma reunião dos ministros da Defesa do bloco nesta quarta-feira.
"Para nós é muito importante sobreviver ao próximo inverno. Estamos nos preparando, estamos prontos agora, precisamos de algum apoio dos líderes. É por isso que estou aqui hoje", disse ele ao chegar.
Os ministros da Defesa desta organização também se reúnem para discutir sobre a entrega de armas à Ucrânia, que está concentrada em manter sua contraofensiva e em fornecer defesas aéreas.
Stoltenberg garantiu a Zelensky que "estaremos ao seu lado para prestar apoio à Ucrânia, porque isto é muito importante para toda a Otan", declarou.
O líder ucraniano também exortou os países-membros desta aliança a expressarem o seu apoio ao povo israelense, para lhe mostrarem que "eles não estão sozinhos".
"Minha recomendação aos líderes é que vão a Israel e penso que é para apoiar o povo, apenas o povo. Não estou falando de nenhuma instituição, apenas para apoiar as pessoas que estiveram sob ataques terroristas", disse ele.
Os EUA garantiram que a decisão de aumentar o apoio militar a Israel depois do ataque surpresa do Hamas, no sábado, 7, não irá prejudicar sua capacidade de continuar fornecendo armas para a Ucrânia.
A crise em Israel coincide com esforços em Washington para encontrar uma forma de manter o fluxo de abastecimento militar à Ucrânia, em meio às complexas negociações no Congresso americano.
Desde o início da ofensiva russa, em fevereiro de 2022, a quantidade de armas fornecidas à Kiev pelos Estados Unidos equivale à soma destes esforços por parte de todos os países europeus da Otan e o Canadá juntos.
Na entrevista à "France 2", Zelensky acusou a Rússia de "dar o seu apoio" aos ataques perpetrados pelo Hamas em Israel.
"A crise atual (...) demonstra de fato que a Rússia busca realmente realizar ações de desestabilização em todo o mundo", acrescentou.