Homem tenta vender pão em meio ao confilto entre Israel e Hamas na Cisjordânia ocupadaJaafar Ashtiyeh/ AFP
"Já gastamos o que ganhei. Nossas dívidas estão se acumulando e precisamos comprar comida e pagar o aluguel de nossas casas, água e eletricidade", disse à AFP. Para cobrir suas despesas, teve que pedir emprestado quase 7.000 shekels.
Qiq mora em Kharas, uma cidade montanhosa perto de Hebron, na Cisjordânia, com cerca de 12 mil habitantes. Quase 70% de sua força de trabalho atravessava os postos de controle todos os dias para trabalhar em Israel. Os demais trabalham para o governo da Autoridade Palestina, que luta para pagar seus funcionários devido ao declínio econômico resultante da guerra.
Israel cancelou 130.000 permissões de trabalho de palestinos da Cisjordânia e reteve 600 shekels, em impostos sobre bens palestinos, indicou Manal Qarhan, funcionário do Ministério da Economia palestino.
Vender as joias
Em resposta, Israel prometeu aniquilar o grupo terrorista e iniciou uma ofensiva em Gaza que deixou mais de 18.400 mortos, a maioria mulheres e menores, segundo o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas.
Os trabalhadores palestinos não recebem seguro-desemprego do governo israelense ou da Autoridade Palestina. "Aqueles cujas esposas tinham joias de ouro as venderam para alimentar seus filhos", contou Tareq al Hlahla, um desempregado que luta para manter a família de dez pessoas.
Jamil Siaara, pedreiro desempregado, afirmou que seu "futuro é incerto". "Estou preocupado e não tenho nenhuma poupança", resumiu.
"Não há esperança"
As pessoas só compram o básico "como leite, arroz, açúcar e farinha", relatou Radwan. O comerciante precisou demitir três de seus seis funcionários e outros dois irão embora este mês. "Não há esperança", lamentou.
A violência também aumentou na Cisjordânia, com operações frequentes das forças israelenses. Segundo a Autoridade Palestina, quase270 palestinos morreram na Cisjordânia em ações de colonos israelenses desde o início da guerra.
Israel "instalou cerca de 130 postos de controle militar permanentes e móveis na Cisjordânia, obrigando os palestinos a utilizarem caminhos alternativos extremamente perigosos porque os expõem a ataques de colonos", indicou o Ministério da Economia palestino.
Estes postos agravam o impacto econômico, segundo os habitantes, porque complicam o transporte de produtos agrícolas e trabalhadores.
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