Maduro disse que ainda não é o momento para decidir se vai disputar uma nova eleição presidencialMarcelo Camargo/Agência Brasil
"É prematuro ainda. O ano acaba de começar. Só Deus sabe... Não Diosdado [Cabello], Deus. Esperemos que se definam os cenários eleitorais [...], estou certo de que, com a bênção de Deus, tomaremos a melhor decisão", disse Maduro ao canal Telesur, referindo-se ao ex-vice-presidente Diosdado Cabello, considerado número dois do chavismo, cujo prenome significa "dado por Deus".
Cabello, atual vice-presidente do governista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), já disse em várias ocasiões que este movimento político considera Maduro seu candidato.
A candidata foi sancionada com 15 anos de inelegibilidade por suposta corrupção e traição à pátria depois de ter apoiado as sanções impostas pelos Estados Unidos à Venezuela. Washington tem reiterado que o cancelamento da inabilitação de Machado é uma das condições para a suspensão definitiva das sanções.
Durante a entrevista, Maduro também assegurou que o empresário Alex Saab, libertado pelos Estados Unidos antes do Natal, não é seu "testa de ferro", como afirma Washington. "Nunca tive um testa de ferro! Nunca tive uma conta bancária no exterior. Nunca tive empresas, propriedades, nem quero tê-las na minha vida, nunca...", ressaltou. "Minhas relações com os empresários nacionais e internacionais têm sido e são relações de trabalho pelo país".
Saab, homem-chave de Maduro e descrito como o cérebro das transações financeiras da Venezuela no exterior, é acusado pela Justiça americana de montar um esquema de desvio de ajuda alimentar em benefício de Maduro e seu governo. Ele foi libertado no começo de dezembro em uma troca de prisioneiros com Caracas, após ter sido detido em junho de 2020 durante uma escala técnica em Cabo Verde e foi extraditado em outubro de 2021 aos Estados Unidos, onde foi acusado de lavagem de dinheiro.
No fim de dezembro, a Venezuela lançou exercícios militares com mais de 5.000 soldados perto da fronteira, após o anúncio da chegada de um navio de guerra britânico em águas guianesas.
O presidente Maduro e seu par guianês, Irfaan Ali, se comprometeram em uma reunião, em 14 de dezembro, a não usar a força, mas os dois países têm se mantido firmes em suas posições.
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