Tanques israelenses ficam posicionados nos arredores de GazaJack Guez/AFP

Dezenas de pessoas morreram na Faixa de Gaza na madrugada desta sexta-feira (12) em bombardeios do Exército israelense, que executa uma ofensiva contra o movimento islamista Hamas no território palestino.
Um jornalista da AFP relatou vários ataques e bombardeios com artilharia em Khan Yunis e Rafah, duas localidades no sul de Gaza onde se concentram muitos deslocados que fugiram dos combates no norte.
Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, governado pelo Hamas desde 2007, os bombardeios lançados durante a noite deixaram pelo menos 59 mortos e dezenas de feridos.
O Exército de Israel declarou que matou sete "terroristas" em um bombardeio em Khan Yunis e que outras 20 pessoas morreram no acampamento de refugiados Maghazi.
Na manhã desta sexta-feira, fotógrafos da AFP observaram uma espessa coluna de fumaça negra sobre Rafah, onde civis palestinos se reuniram ao redor dos mortos, envoltos em bolsas brancas.
"Há mulheres viúvas, crianças órfãs. Há alguém que se preocupe conosco? Por que todo mundo está em silêncio", questionou um jovem em frente ao hospital Najjar.
Em outro ponto de Rafah, Fayad Abu Rjeila observa o que restou de um edifício atingido por um bombardeio israelense, que este morador afirma ter deixado milhares de civis mortos. "Não estavam envolvidos em nada. Eram pessoas que só queriam viver. Por que os atacaram?", lamentou.
O conflito em Gaza eclodiu após o Hamas lançar um sangrento ataque sem precedentes no território israelense em 7 de outubro, que deixou cerca de 1.140 mortos, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP com base em dados israelenses.
Com a promessa de "aniquilar" o grupo islamista, Israel lançou uma ofensiva sobre este território palestino onde morreram pelo menos 23.708 pessoas, majoritariamente mulheres e menores, de acordo com o Ministério da Saúde do Hamas.
No norte de Gaza, Al Shifa, o maior hospital do território palestino que sofreu importantes danos com o conflito, retomou parcialmente suas atividades, informou a Organização Mundial de Saúde (OMS), que entregou combustível e suprimentos médicos à unidade médica.