Dupla foi presa nesta quinta-feira, 18, no EquadorReprodução/Redes Sociais

Dois homens suspeitos de envolvimento no assassinato de um promotor antimáfia equatoriano na quarta-feira, 17, em Guayaquil foram presos, informou o comandante da polícia, general César Zapata, nesta quinta-feira, 18.

"Prendemos 2 suspeitos envolvidos no assassinato do promotor César Suárez, em #GYE (Guayaquil, ndr), após procedimentos investigativos que nos permitiram identificar a suposta participação no ato criminoso", indicou o delegado na rede social X.
O homicídio de Suárez, morto a tiros enquanto dirigia por um bairro do porto no sudoeste do país, foi confirmado pela procuradora-geral Diana Salazar em um vídeo divulgado na rede X. Ele viajava sem escolta e a caminhonete foi alvo de vários tiros na janela do motorista em uma avenida, de acordo com as imagens. 
Suárez esteve por trás de investigações que revelaram escândalos de corrupção no sistema hospitalar e fez outras investigações sobre a penetração de máfias em organismos da Justiça. Após a invasão ao canal TC em 9 de janeiro, ele foi encarregado de determinar qual grupo criminoso estava por trás do crime.
O ataque a TC foi um dos primeiros atos criminosos que o Equador sofreu após a fuga do poderoso Adolfo Macías, conhecido como "Fito", líder da principal quadrilha do país, confirmada em 8 de janeiro. Na mesma semana, detentos mantiveram mais de 100 agentes penitenciários reféns até sua libertação no sábado.

Unidades de investigação da polícia "estão realizando as indagações pertinentes para encontrar os responsáveis" no principal porto do país, um centro de operações do narcotráfico, garantiu uma fonte de instituição.
César Suarez foi morto enquanto investigava a invasão ao canal TC - Reprodução/Redes Sociais
César Suarez foi morto enquanto investigava a invasão ao canal TCReprodução/Redes Sociais
Promotores na mira
Os promotores têm sido alvo das mais de 20 organizações criminosas que operam no Equador. Em junho do ano passado, o promotor Leonardo Palacios foi assassinado na cidade de Durán, vizinha a Guayaquil.

Salazar denunciou ameaças de morte por parte da Los Lobos, um dos principais grupos criminosos que atuam no país.

Semanas antes do ataque contra o TC, a procuradora-geral antecipou um dos piores ataques do narcotráfico ao revelar a investigação Metástasis, descrita como a peça fundamental que revelará a "narcopolítica" no país.

Nesta quarta-feira, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e sua Relatoria Especial para a Liberdade de Expressão (RELE) condenaram "a violência" e instaram o Estado equatoriano "a investigar, julgar e punir todos os fatos com diligência". N

Em 2023, também foram vítimas de criminosos o candidato presidencial Fernando Villavicencio em Quito e Agustín Intriago, prefeito de Manta, uma das principais cidades do país.
 *Com informações da AFP