Presente recebido por Kim Keon Hee desencadeou crise no governoFoto: AFP
O escândalo, batizado pela imprensa local como o "escândalo da bolsa Dior", afundou ainda mais os baixos índices de aprovação de Yoon e desencadeou uma tempestade em seu partido poucos meses antes das eleições, nas quais ele busca recuperar a maioria parlamentar.
O que aconteceu?
Esse presente viola a lei sul-coreana que proíbe funcionários públicos e seus cônjuges de aceitarem presentes de valor superior a US$ 750 (R$ 3.714 na mesma cotação).
O gabinete do presidente recusou o pedido da AFP para comentar o ocorrido.
Um funcionário do gabinete de Yoon disse à agência de notícias sul-coreana Yonhap que o presente foi "armazenado", de acordo com as leis.
Por que há uma polêmica agora?
No mês passado, porém, Kim Kyung-yul, membro do partido de Yoon, comparou a situação da primeira-dama à de Maria Antonieta, a rainha francesa conhecida por seu estilo de vida luxuoso.
A imprensa local afirmou que Yoon estava furioso e queria destituir Kim por isso, enquanto outros legisladores defenderam a primeira-dama, denunciando uma "campanha de difamação" e culpando o pastor por ter "más intenções".
- Por que o pastor fez isso? -
O pastor Choi Jae-young, que defende a melhora dos laços com Pyongyang e já visitou a Coreia do Norte em diversas ocasiões, disse que decidiu filmar seu encontro com a primeira-dama por estar preocupado com seu poder no governo. Ele disse ter visto a primeira-dama ordenar a nomeação de um funcionário de alto escalão na área financeira em uma conversa telefônica.
"Fiquei horrorizado ao ver Kim exercendo o poder como se estivesse encarregada das nomeações oficiais", disse Choi.
O Ministério Público abriu uma investigação sobre Choi, de acordo com a imprensa local.
E a eleição?
De acordo com uma pesquisa recente da emissora local YTN, quase 70% dos entrevistados acreditam que Yoon deveria abordar publicamente o assunto.
O estrago provocado pelo incidente poderia ter sido contido, se Yoon tivesse explicado antes o que aconteceu. Agora, porém, pode "reduzir a aprovação de Yoon e de seu partido para as eleições de abril", disse à AFP o advogado e comentarista político Yoo Jung-hoon.
A primeira-dama não fala publicamente há mais de um mês.
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