Presidente da Argentina, Javier MileiAFP
O presidente argentino disse que uma eventual "violação da lei" do tipo levaria o caso à Justiça. Questionado se poderia intervir nas províncias, respondeu: "será feito o que a Justiça determinar".
Milei atacou em específico o governador de Chubut, Nacho Torres, que lidera ameaças nos últimos dias de paralisar o fornecimento de petróleo e gás. Torres e outros governadores argumentam que a Casa Rosada corta um montante de coparticipação nos contratos de maneira ilegal. "Pobrezinho", qualificou o presidente em relação ao governador.
Milei criticou ainda governadores que apoiaram a demanda de Chubut, somando-se à ameaça de cortar a distribuição de petróleo e gás. "Querem transferir o ajuste para os demais argentinos", afirmou, qualificando-os como "políticos runfla". A expressão "runfla" é uma gíria local (do lunfardo) para um grupo de pessoas "imorais, sem nobreza ou abjetas", em uma das definições disponíveis. O presidente diz que o ajuste fiscal dos governadores é bem mais modesto, de 1 ponto do PIB, mas estes resistiriam, enquanto seu governo avança para um ajuste abrangente, equivalente a 15 pontos do PIB.
"Está acabada a Argentina do desperdício", afirmou. Segundo Milei, há indícios de que as coisas estão melhorando, como a desaceleração da inflação no atacado e a queda no risco-país. "Os mercados financeiros estão vendo os êxitos na gestão da política fiscal", afirmou.
Segundo o presidente, caso seu governo avance no ritmo atual, seria possível acabar com as restrições no mercado cambial ("cepo") local "na metade do ano".
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