Desde o início do conflito com a Ucrânia, autoridades russas tem perseguido, simultâneamente, as minorias no paísAFP

A Rússia adicionou o "movimento internacional LGBT" à sua lista de pessoas e entidades "terroristas e extremistas", conforme uma nota do serviço de inteligência financeira do país, consultada nesta sexta-feira (22) pela AFP.
A decisão foi anunciada depois que a Suprema Corte declarou o movimento como "extremista", em novembro, o que provocou a ilegalidade do ativismo LGBTQIA+ no país.
O presidente Vladimir Putin, recém-reeleito para um novo mandato de seis anos, defende "a família" e a religião, contra um Ocidente "decadente" e até mesmo "satânico".
Desde o início da campanha militar na Ucrânia, lançada em fevereiro de 2022, as autoridades russas têm reprimido simultaneamente, e de forma crescente, as minorias sexuais.
Na quarta-feira (20), as autoridades anunciaram, por exemplo, a prisão preventiva dos donos de um bar na região dos Urais, e eles enfrentam, agora, uma pena de até dez anos de prisão por "extremismo" LGBTQIA+.
Segundo a acusação, "durante a investigação, foi descoberto que os acusados, pessoas com uma orientação sexual não tradicional (...) também apoiam as opiniões e atividades da associação pública internacional LGBT, proibida em nosso país".
O caso foi o primeiro por esse motivo, embora vários cidadãos russos tenham sido multados nas últimas semanas por publicarem fotos com bandeiras arco-íris ou, como no caso de duas mulheres, por divulgarem na internet um vídeo delas se beijando.
Desde 2013, uma lei na Rússia proíbe "a propaganda" de "relações sexuais não tradicionais" entre menores.
A legislação foi ampliada significativamente no final de 2022, para proibir qualquer forma de "propaganda" LGBTQIA+ na mídia, internet, livros e filmes.
Em julho de 2023, os deputados russos votaram uma lei que proíbe as pessoas transgênero de realizarem cirurgias e terapias hormonais.