O MK, partido fundado pelo ex-presidente Jacob Zuma, tirou votos do CNA AFP
África do Sul: partido de Mandela terá de negociar com dissidentes para se manter no poder
Apuração dos votos deve se encerrar no domingo
As apurações parciais das eleições na África do Sul indicam que o Congresso Nacional Africano (CNA), no poder há 30 anos, não terá a maioria legislativa suficiente para eleger o novo presidente do país e pode ter que fazer alianças se quiser se manter à frente do governo. Segundo a agência de notícias Reuters, o partido de Nelson Mandela tem cerca de 42,5% dos votos com quase 30% das urnas apuradas.
O índice no momento é menor que a maioria de 50% mais um dos votos necessária para a nomeação do presidente, já que, na África do Sul, a eleição é indireta. A apuração deve durar até o domingo, 2 de junho.
Com o resultado parcial, de 42,5% dos votos, seria necessário estreitar laços com outros partidos para continuar com a maioria no parlamento. Nas últimas eleições, em 2019, o partido se elegeu com 57,5%.
Ainda de acordo com a apuração preliminar, a Aliança Democrática (DA), de oposição, e os comunistas do partido Combatentes da Liberdade Econômica (EFF) somam cerca de 25,1% e 9% dos votos, respectivamente.
Na quarta posição está o Mkhonto we Sizwe (MK) tem aproximadamente 8,6% dos votos — o partido é liderado pelo ex-presidente Jacob Zuma e foi fundado a partir de uma dissidência do CNA.
Especialistas acreditam que o MK é o principal responsável por "roubar" votos do Congresso Nacional Africano, por conta de sua forte presença em um importante reduto do CNA.
O CNA está no poder desde 1994, quando assumiu o país após o Apartheid, e se manteve no topo do governo desde então. Ao longo dos últimos anos, porém, os sul-africanos demonstraram uma perda de confiança no partido por conta das altas taxas de desemprego e de pobreza enfrentadas na África do Sul. Estima-se que metade da população de 62 milhões de pessoas viva na pobreza e que a taxa de desemprego já ultrapasse os 30% no país.
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