O fenômeno é o primeiro a passar para a categoria 5 em julho desde o início dos registros do NHCReprodução / Internet
O poderoso furacão, o primeiro da temporada 2024 no Atlântico, deverá passar pela Jamaica ao meio-dia local como uma tempestade de categoria 4.
Ele é o primeiro a alcançar esta categoria em junho e a passar para a categoria 5 em julho desde o início dos registros do NHC.
O órgão americano emitiu um alerta de furacão para a Jamaica, com previsão de chuvas e inundações repentinas, além de ventos potencialmente mortais e níveis elevados de água.
O país se preparou para sua chegada: os abrigos estão abastecidos com mantimentos, os moradores tentam proteger suas casas e os barcos foram retirados da água.
"Insto todos os jamaicanos a se abastecerem com alimentos, baterias, velas e água. Protejam seus documentos importantes e removam qualquer árvore ou objeto que possa colocar em perigo sua propriedade", pediu o primeiro-ministro Andrew Holness na rede social X.
O NHC também prevê que Beryl "passe perto ou sobre" as Ilhas Cayman na noite de quarta ou na madrugada de quinta-feira.
Na República Dominicana, ondas gigantes foram observadas na costa de Santo Domingo quando a tempestade passou pelo sul do país, informaram fotógrafos da AFP.
"Sem comunicação"
O primeiro-ministro de Granada, Dickon Mitchell, declarou que a ilha de Carriacou ficou quase isolada, com casas, telecomunicações e instalações de combustível destruídas.
"Praticamente não temos comunicação com Carriacou há 12 horas, exceto brevemente esta manhã por telefone via satélite", disse ele à imprensa.
Cerca de 9.000 pessoas vivem nesta ilha de 35 quilômetros quadrados. Pelo menos duas vítimas morreram lá e uma terceira, na ilha principal do país, Granada, quando uma árvore caiu sobre uma casa, disse Mitchell.
Em São Vicente e Granadinas, uma pessoa foi morta na ilha de Bequia devido à tempestade. Já na Venezuela, três pessoas morreram no estado de Sucre, onde dois homens e duas mulheres também estão desaparecidos.
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, expressou preocupação com a região e, em uma mensagem na rede social X, disse que a entidade "está pronta para apoiar as autoridades nacionais em qualquer necessidade sanitária".
"Precedente preocupante"
As águas do Atlântico Norte estão entre um e três graus Celsius mais quentes que o normal, disse a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos EUA.
Beryl estabelece "um precedente preocupante para o que se espera ser uma temporada de furacões muito ativa”, disse a Organização Meteorológica Mundial (OMM).
A NOAA também prevê uma temporada "extraordinária", com a possibilidade de até sete furacões de categoria 3 ou mais.
Crise climática, a "principal culpada"
"Os desastres em uma escala que costumava ser própria da ficção científica estão se tornando fatos meteorológicos, e a crise climática é a principal culpada", declarou na segunda-feira.
Às 12h GMT (9h em Brasília) desta quarta-feira, Beryl tinha ventos sustentados de 230 km/h enquanto se dirigia para a Jamaica e as Ilhas Cayman, de acordo com o NHC.
Alertas de furacões e tempestades tropicais também foram emitidos para algumas áreas do Haiti e da Península Mexicana de Yucatán, entre Chetumal e Cabo Catoche.
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