Presidente da Venezuela, Nicolás MaduroAFP
Maduro diz estar 'pronto para apresentar 100% das atas' de sua reeleição na Venezuela
Opositor Edmundo González Urrutia afirma ter vencido e denuncia fraude
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse, nesta quarta-feira (31), que está "pronto para apresentar 100% das atas" das eleições de domingo, nas quais foi proclamado reeleito frente ao opositor Edmundo González Urrutia, que por sua vez afirma ter vencido e denuncia uma fraude.
"Digo, como líder político, filho do Comandante [Hugo] Chávez, que o Grande Pólo Patriótico e o Partido Socialista Unido da Venezuela [PSUV] estão prontos para apresentar 100% das atas. Muito em breve serão conhecidas, porque Deus está conosco e as provas já apareceram", afirmou Maduro a jornalistas na sede do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ).
"Estou disposto a ser convocado, interrogado, em todos as suas partes, investigado pela sala eleitoral como candidato presidencial vencedor das eleições de domingo", acrescentou.
Maduro recorreu ao tribunal máximo para apresentar um recurso relacionado ao processo eleitoral que "verifique todos os elementos de prova" e convoque as instituições e candidatos envolvidos no processo.
"Trouxe um recurso contencioso eleitoral (...) para que a sala eleitoral do Tribunal Supremo de Justiça se dedique a resolver este ataque contra o processo eleitoral", afirmou.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que proclamou Maduro como vencedor com 51% dos votos, não publicou os detalhes da apuração.
A oposição, liderada por María Corina Machado e Edmundo González Urrutia, alega fraude e diz ter cópias de 84% dos documentos que comprovam sua vitória.
O CNE também denunciou que, durante a jornada de domingo, houve uma invasão ao seu sistema automatizado de votação. Maduro afirmou que houve uma "tentativa de golpe de Estado utilizando o processo eleitoral".
A proclamação da vitória do presidente gerou protestos generalizados que já deixaram pelo menos 12 mortos, dezenas de feridos e mais de 1.000 detidos no país, incluindo líderes políticos acusados de terrorismo.
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