Alexei Navalny morreu numa prisão no Ártico em fevereiroAFP

A Rússia incluiu dois colaboradores próximos e dois advogados do opositor Alexei Navalny, morto em uma prisão em fevereiro, em sua lista de "terroristas e extremistas", um mês após ter incluído sua viúva, Yulia Navalnaya.
A ex-porta-voz do opositor Kira Yarmish, e Maria Pevchij, uma de suas colaboradoras próximas, ambas no exílio, foram adicionadas a este registro do serviço de inteligência financeira russo, apurou a AFP nesta sexta-feira (16).
Olga Mijailova e Alexander Fedulov, advogados do líder da oposição, que tiveram que fugir da Rússia no outono (boreal) após a prisão de três de seus colegas, também aparecem na lista.
Três advogados que defenderam Navalny — Vadim Kobzev, Igor Sergunin e Alexei Liptser — foram detidos em outubro acusados de "extremismo" e permanecem em prisão preventiva desde então.
A viúva do opositor, que mora no exterior, apareceu em um registro de "terroristas e extremistas" em julho, dois dias após a Rússia ter emitido uma ordem de prisão contra ela por "participação em um grupo extremista".
Navalnaya prometeu que continuaria o trabalho de seu marido, rival do presidente Vladimir Putin, após a morte do opositor em uma prisão do Ártico, sob circunstâncias desconhecidas, em fevereiro de 2024.
A Justiça russa proibiu e classificou as organizações de Navalny como "extremistas" em 2021, e vários de seus colaboradores foram condenados a penas de prisão desde então.
Nos últimos anos, a repressão na Rússia levou a maioria dos principais opositores do governo à prisão ou ao exílio.
Milhares de russos também foram detidos por protestarem ou criticarem a ofensiva de Moscou na Ucrânia, muitos deles foram condenados a duras penas de prisão.