Donald Trump publicou imagens sugerindo apoio de Taylor Swift e fãs à candidatura deleReprodução/Truth Social

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, compartilhou uma imagem falsa da cantora pop Taylor Swift pedindo votos para ele na eleição de novembro. A artista não declarou publicamente apoio a nenhum candidato até o momento. Em 2020, ela apoiou o presidente Joe Biden e criticou o magnata.
Na postagem feita no último domingo (18), Trump publicou capturas de tela com imagens manipuladas que sugerem que a estrela pop e seus fãs, conhecidos como Swifties, o apoiam. Algumas dessas imagens parecem ter sido geradas por inteligência artificial (IA), de acordo com um especialista.

"Eu aceito!", escreveu o ex-presidente republicano em uma mensagem na rede Truth Social que mostra um pôster de Swift pedindo a seus fãs que votem nele.

Esse cartaz foi "gerado por IA ou simplesmente manipulado", declarou à AFP Hany Farid, especialista da Universidade da Califórnia em Berkeley.

A publicação inclui fotos de mulheres com camisetas com o lema "Swifties for Trump" (Swifties a favor de Trump), e um artigo satírico com o título "Swifties passam a apoiar Trump após ISIS estragar show de Taylor Swift". Três shows da cantora foram cancelados em Viena após as autoridades descobrirem um plano para um atentado.
Segundo Farid, essas imagens apresentam indícios "reveladores de terem sido geradas por IA". Parece ser uma combinação de imagens reais e falsas, pois pelo menos uma foto é de uma mulher que vestia uma camisa desse tipo, conclui.
A artista Swift não reagiu publicamente às publicações de Trump. Nas redes sociais, os fãs da cantora criticaram a publicação pedindo que a cantora processe o ex-presidente dos Estados Unidos.
"Quem concorda que Taylor Swift deveria processar o Trump, seu mentiroso, seu idiota das táticas sujas! De jeito nenhum ela JAMAIS o apoiaria!", escreveu um fã no X (antigo Twitter).
"Eu para todos depois de ver "swifties para trump" em alta, mas eles estão completamente esquecendo que Taylor despreza aquele homem", afirmou outra internauta, com uma imagem da cantora em um vídeoclipe como ilustração.
" Trump postou uma colagem de fãs de Taylor Swift gerados por IA usando camisetas com os dizeres "Swifities for Trump" e escreveu "Eu aceito!" como se isso fosse real. Quer dizer... isso é excepcionalmente patético, até mesmo para Trump", apontou um fã da artista.
Influência

A crescente popularidade de Swift e sua influência fazem com que tanto democratas quanto republicanos busquem seu apoio, mas até agora ela tem se mostrado relutante em expressá-lo.

Seu poder ficou evidente quando, em 2023, ela incentivou seus fãs a se registrarem para votar, direcionando-os para a organização sem fins lucrativos e apartidária Vote.org.

O impacto foi imediato: a instituição disse ter registrado mais de 35 mil novas inscrições após a mensagem, um aumento de 23% em relação ao ano anterior e o maior número desde 2020. Por esse motivo, a cantora se tornou um alvo para a desinformação política e teorias conspiratórias da direita.

Sua relutância em anunciar seu voto levou muitos críticos a especularem que Swift mantinha em segredo que era republicana. Mas em 2018, ela rompeu o silêncio apoiando a oponente democrata da senadora republicana radical Marsha Blackburn, no Tennessee.

Desde então, a cantora se pronunciou a favor do direito ao aborto e defendeu a comunidade LGBTQ+. Nas últimas semanas, também se especulou nas redes sociais sobre a possibilidade de Swift apoiar a candidata democrata Kamala Harris para as eleições de novembro. Ela também criticou Trump em um documentário de 2020.

Muitos de seus fãs formaram um grupo chamado "Swifties a favor de Kamala". Na Convenção Nacional Democrata em Chicago, nesta segunda-feira (19), uma fã, Rebecca Goff, distribuiu pulseiras da amizade, prática comum entre os fãs da cantora, em um café da manhã do Partido Democrata em Nevada.

Goff, 39 anos, disse sentir que Trump era a antítese daquilo que acredita que Swift representa, incluindo a celebração da infância e da feminilidade.

"Isso é como a antítese do que Trump e o Partido Republicano estão tentando fazer, especialmente com as mulheres. Eles estão tentando nos tornar menores. Eles querem que voltemos a ser apenas donas de casa, mães de filhos", afirma.
*Com informações da AFP