Meta, empresa matriz do Facebook, Instagram e WhatsAppReprodução

A Meta, empresa matriz do Facebook, Instagram e WhatsApp, foi sancionada nesta sexta-feira (27) a pagar uma multa de 91 milhões de euros (102 milhões de dólares ou 554 milhões de reais) pelo órgão regulador irlandês por sua suposta falta de transparência após uma falha de segurança que afetou as senhas dos usuários.
Na sua decisão, a Comissão Irlandesa de Proteção de Dados (DPC), que atua em nome da União Europeia, acusa a Meta de ter infringido o regulamento geral de proteção de dados da UE (RGPD), por não ter implementado medidas de segurança adequadas antecipadamente e por ter demorando muito para relatar o problema.
A DPC abriu uma investigação em abril de 2019, depois de a Meta Irlanda ter informado que "centenas de senhas de usuários" haviam sido armazenadas sem encriptação "inadvertidamente", embora estas não tivessem "sido comunicadas a partes externas", afirmou o regulador em um comunicado.
A falha de segurança remonta a janeiro de 2019 e afetou 36 milhões de usuários do Facebook e Instagram no espaço econômico europeu, disse à AFP Graham Doyle, chefe de comunicações da organização.
A DPC acusa a Meta de não ter informado até março de 2019, dois meses depois.
A Meta reconhece que algumas senhas de usuários foram "armazenadas temporariamente em um formato legível em [seus] sistemas de dados internos", mas afirma que "tomou medidas imediatas para corrigir o erro", de acordo com um comunicado enviado à AFP.
A empresa afirma que "não há evidências de que essas senhas tenham sido usadas de forma abusiva ou acessadas de forma inadequada".
Não é a primeira vez que o grupo está na mira da UE pelo tratamento aos dados pessoais dos seus usuários, em violação do RGPD, em vigor desde 2018, e já recebeu multas de mais de 1,1 bilhão de dólares (5,9 bilhões de reais na cotação atual) no total desde 2021.