Zelensky ao lado do primeiro-ministro britânico, Keir StarmerDivulgação

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, reuniu-se nesta quinta-feira (10) com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, e com o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, em Londres, na primeira etapa de uma frenética viagem pela Europa que busca renovar alianças antes das eleições americanas.

Zelensky foi recebido por Starmer, do Partido Trabalhista, em Downing Street, à qual, após a reunião bilateral, o novo secretário-geral da Aliança Atlântica se uniu. Starmer disse a Rutte que ele e Zelensky discutiram o "plano de vitória" da Ucrânia contra a invasão russa que começou em fevereiro de 2022.

"A questão aqui é a Ucrânia, mas também a defesa do Ocidente e como permanecermos seguros", disse Rutte, que prometeu manter a questão ucraniana entre suas prioridades e visitou Kiev na semana passada, dois dias após assumir o cargo.

De Londres, Zelensky irá a Paris para falar nesta quinta-feira com o presidente francês, Emmanuel Macron, e à noite viajará para Roma para se encontrar com a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni.

Na sexta-feira de manhã será recebido pelo papa Francisco no Vaticano e, no mesmo dia, irá a Berlim encontrar o chanceler Olaf Scholz.

O governo alemão planeja reduzir à metade o montante atribuído à ajuda militar bilateral à Ucrânia em 2025.

A recuada europeia, anunciada na noite de quarta-feira, foi precedida de um revés: o adiamento de uma importante reunião dos aliados militares de Kiev que seria no sábado na base de Ramstein, na Alemanha.

O presidente americano, Joe Biden, foi forçado a adiar sua viagem para supervisionar o dispositivo implantado contra o furacão Milton, na Flórida.

Uma obrigação urgente para Biden e um revés para Zelensky, que teme uma redução da ajuda financeira e militar à Ucrânia caso o republicano Donald Trump vença a democrata Kamala Harris nas eleições presidenciais em 5 de novembro.

Ocidente pode reduzir sua ajuda
Durante sua visita, o presidente ucraniano reiterará seu pedido de armas e equipamento militar, em um momento muito delicado para o seu país.

Não só o Exército russo continua a ganhar terreno em Kiev, na frente oriental, nos últimos meses, mas a ajuda ocidental também poderá reduzir consideravelmente, alertou o Instituto Kiel nesta quinta-feira.

"A partir do próximo ano, a Ucrânia poderá enfrentar uma redução significativa da ajuda", publicou em um comunicado o instituto alemão, que monitora a ajuda militar, financeira e humanitária prometida e efetivamente entregue à Ucrânia.

Uma possível vitória eleitoral de Trump "poderia bloquear futuros planos de ajuda no Congresso", alertou o Instituto Kiel.

O presidente Zelensky vem pressionando seus aliados ocidentais nos últimos meses contra sua relutância em lançar mísseis de longo alcance, o que permitiria à Ucrânia atingir alvos distantes em território russo.

O presidente ucraniano quer desenvolver com seus parceiros seu "plano de vitória", que segundo ele poderá criar as condições para um "fim justo da guerra".

O plano, ainda muito vago, em princípio deve ser revelado em uma cúpula de paz no mês de novembro, em data a definir.