Santiago Penã, presidente do ParaguaiJavier Torres/AFP

O presidente do Paraguai, Santiago Peña, afirmou nesta segunda-feira (9) que o tratado comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul beneficiará "principalmente" a Europa, em um contexto de oposição ao acordo na França e outros países europeus.
"Isto vai trazer benefícios para a Europa, principalmente, e também para a América Latina", declarou Peña em uma entrevista à AFP em Paris, poucas horas antes de uma reunião com o presidente francês, Emmanuel Macron, no Palácio do Eliseu.
Na sexta-feira (6), a Comissão Europeia, em nome dos 27 países da UE, e Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, do lado do Mercosul, concluíram as negociações de um acordo comercial entre os dois blocos, iniciadas há 25 anos.
Vários países europeus, no entanto, incluindo França e Itália, pressionados por seus setores agrícolas, já expressaram rejeição ao princípio de acordo em sua forma atual e anunciaram que tentarão bloquear a aprovação final.
"Os processos de mudança sempre são difíceis", reconheceu Peña, para quem estes países deveriam "ter um debate" a nível nacional para "entender melhor" o acordo e o que pode ser feito. "É necessário perder os medos", acrescentou.
"Temos que fazer com que a informação flua de maneira correta em todos os setores", acrescentou o presidente paraguaio, antes de destacar que aqueles que temem ser os perdedores, "não têm por que sentir medo" e os "que vão ganhar, vão ganhar muito".
Mas o presidente do Paraguai reconheceu que o processo para a entrada em vigor será "longo" e pediu que os países não esperem outros "25 anos para que seja efetivo", em um contexto em que "a segurança alimentar é algo muito importante".
"Como o mundo tem demonstrado, quando o comércio aumenta, em termos líquidos, há mais vencedores do que perdedores e os perdedores ficam melhores do que estavam antes, também", acrescentou.