Governo de Vladimir Putin enfrenta uma série de sanções contra o setor de energiaAFP
As sanções anunciadas hoje afetam a empresa de petróleo russa Gazprom Neft, filial da gigante estatal Gazprom, e cerca de 200 petroleiros e outros navios que operam a partir da Rússia, considerados parte de uma "frota fantasma" de Moscou para driblar as sanções ocidentais.
Desde o começo da invasão russa à Ucrânia, há quase três anos, "a frota fantasma, que transportava principalmente mercadorias com origem e destino em Irã e Venezuela, aumentou exponencialmente", segundo o centro de estudos americano Atlantic Council, que estima que 17% dos petroleiros russos façam parte dessa frota, que inclui outros navios mercantes.
Para superá-las, o governo russo precisou reduzir sua dependência dos serviços marítimos ocidentais por meio da compra de navios-petroleiros, aos quais o país oferece seus próprios serviços de seguro. "Esses petroleiros representam 90% das exportações de petróleo bruto e 36% das remessas de produtos petrolíferos" da Rússia, segundo o Instituto KSE da Escola de Economia de Kiev, e permitem ao país contornar o teto de US$ 60 (R$ 366) por barril e financiar a guerra na Ucrânia.
A mesma fonte informou que 196 navios carregados de petróleo bruto "zarparam dos portos russos em novembro" passado.
Os navios fantasma não contam com o seguro "P&I", obrigatório para embarcações comerciais, para cobrir riscos que vão desde aqueles relacionados com conflitos bélicos até colisões ou danos ambientais, como vazamentos de petróleo.
Entre 90% e 95% do mercado de seguros gerais está nas mãos de empresas da União Europeia e do Reino Unido, que aplicam sanções contra a Rússia. "Os outros tipos de seguro, como os esquemas alternativos propostos pelos governos de Rússia e Irã, são insuficientes", o que torna o trabalho a bordo "extremamente perigoso", advertiu Elisabeth Braw, especialista do Atlantic Council.
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